A principal diferença entre os vários tipos de candomblé é a origem étnica.
Há quatro tipos de candomblé:
o Keto, da Bahia, o Xangô, de Pernambuco, o Batuque, do Rio Grande do Sul, e o Angola, da Bahia e São Paulo.
O Keto chegou com os povos nagôs, que falam a língua iorubá . Saídos das regiões que hoje correspondem ao Sudão, Nigéria e Benin, eles vieram para o Nordeste.
Os bantos saíram das regiões de Moçambique, Angola e Congo para Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo (em amarelo, no mapa). Criaram o culto ao caboclo, representante das entidades da mata.
CANDOMBLÉ
Deuses: Orixás de origem africana. Nenhum santo é superior ou inferior a outro. Não existe o Bem e o Mal, Isoladamente.
Culto: Louvação aos orixás que incorporam nos fiéis, para
fortalecer o axé (energia vital) que protege o terreiro e seus membros.
Iniciação: Condição essencial para participar do culto. O recolhimento dura de sete a 21 dias. o ritual envolve, a oferenda de alimentos, animais, aves e a obediência a rígidos preceitos.
Música: Cânticos em língua africana, acompanhados por três atabaques tocados por
iniciados do sexo masculino.
UMBANDA
Deuses: As entidades são agrupadas em hierarquia, que vai dos espíritos mais baixos (maus)
aos mais evoluídos (bons).
Culto: Desenvolvimento espiritual dos médiuns que, quando incorporam, dão passes e consultas.
Iniciação: Não é necessária. O recolhimento é de apenas um ou dois dias. O sacrifício de animais não é obrigatório.
O batismo é feito com água do mar ou de cachoeira.
Música: Cânticos em português, acompanhados por palmas e atabaques, tocados por médiuns ogãs, de qualquer sexo.
CANDOMBLÉ E UMBANDA AFRICANIZADA.
Quem é quem (e quem faz o quê) na hierarquia de uma casa-de-santo
Cada iniciado tem uma função dentro do terreiro. Nem todos recebem santo.
Abiã
Noviço, primeiro degrau da hierarquia. Após iniciado, será filho-de-santo.
Iaô
Filho-de-santo, segundo degrau na hierarquia. Podem ou não receber santo.
Ebômi
Terceiro degrau. Iaô que cumpriu as obrigações de sete anos. Recebe santo.
Iabassê
Quarto degrau. Não recebe. É a responsável pela cozinha do terreiro.
Agibonã
Mãe criadeira. Também quarto degrau. Cuida dos iaôs durante o ritual de iniciação. Em alguns candomblés, não recebe santo.
Ialaxé
Quinto degrau. Zela pelas oferendas e objetos de culto aos orixás.Em alguns candomblés, não
recebe santo.
Baba-quequerê e Iaquequerê
Sexto degrau. Pai ou mãe-pequena. Recebe. Ajuda o pai ou mãe-de-santo no
comando do terreiro.
Baba-lorixá e Ialorixá
Pai ou mãe-de-santo, chefe do terreiro, último degrau
da hierarquia. Recebe santo e joga búzios.
Cambonos. ( umbanda, se assemelha a ekedi no candomblé)
auxiliam com os orixás e entidades, servindo-os no que precisarem.
Ogã
Filho-de-santo que não recebe.
O Ogã pode ser Axogum ou Alabê, conforme sua tarefa.
Axogum
Ogã responsável pelo sacrifício de animais a serem
ofertados aos orixás. Não recebe santo.
Alabê
Ogã tocador dos atabaques e instrumentos
rituais. Não recebe santo.
Equede Paralela ao Ogã.
Não recebe. Cuida dos orixás incorporados e de seus objetos.
AS DIVERSAS FASES DA INICIAÇÃO (candomblé)
Depois, é preciso cumprir outros três passos:
Bolar no santo
É o mesmo que cair no santo. Este é o sinal que indica a necessidade de iniciação de uma pessoa no candomblé. Acontece sem previsão, normalmente numa festa: durante a dança e os cânticos o orixá se manifesta no futuro filho-de-santo, que é agitado por tremores e sobressaltos violentos. Quem já bolou conta que sentiu arrepios, calor, fraqueza e sensação de desmaio. Quando acorda no roncó (o quarto do terreiro reservado à pessoa que bolou), o abiã não consegue se lembrar de nada do que aconteceu.
O bori
É a cerimônia que reforça a ligação entre o orixá e o iniciado.OS 12 ORIXÁS MAIS CULTUADOS NO BRASIL.
Cada um deles tem o seu símbolo, o seu dia da semana, suas vestimentas e cores próprias. Como os homens, são temperamentais, sentimentais e briguentos.
Exu
Orixá mensageiro entre os homens e os deuses, guardião da porta da rua e das encruzilhadas. Só através dele é possível invocar os orixás. Elemento: fogo
Personalidade: atrevido e agressivo
Símbolo: ogó (um bastão adornado com cabaças e búzios)
Dia da semana: segunda-feira
Colar: vermelho e preto
Roupa: vermelha e preta
Animais : bode e galo preto
Oferendas: farofa com dendê, feijão, inhame, água,mel e aguardente
Ogum
Deus da guerra, do fogo e da tecnologia. No Brasil é conhecido como deus guerreiro. Sabe trabalhar com metal e, sem sua proteção, o trabalho não pode ser proveitoso.
Elemento: ferro
Símbolo: espada
Personalidade: impaciente e obstinado
Dia da semana: terça-feira
Colar: azul-marinho
Roupa: azul escuro, verde escuro, vermelho
Animais: galo e bode avermelhados
Oferendas: feijoada, xinxim, inhame
Oxóssi
Deus da caça. É o grande patrono do candomblé brasileiro.
Elemento: florestas Personalidade: intuitivo e emotivo
Símbolo: rabo de cavalo e chifre de boi
Dia da semana:quinta-feira
Colar: azul claro
Roupa: azul ou verde claro
Animais: galo e bode
avermelhados e porco
Oferendas: milho branco e amarelo, peixe de escamas, arroz, feijão e abóbora
Obaluaiê
Deus da peste, das doenças da pele e, atualmente, da AIDS. É o médico dos pobres.
Elemento: terra
Personalidade: tímido e vingativo
Símbolo: xaxará (feixe de palha e búzios)
Dia da semana: segunda-feira
Colar: preto e vermelho, ou vermelho, branco e preto
Roupa: vermelha e preta, coberta por palha
Animais: galo, pato,bode e porco
Oferendas: pipoca, feijão preto, farofa e milho, com muito dendê
Oxum
Deusa das águas doces (rios, fontese lagos). É também deusa do ouro, da fecundidade,
do jogo de búzios e do amor.
Elemento: água
Personalidade: maternal e tranqüila
Símbolo: abebê (leque espelhado)
Dia da semana: sábado
Colar: amarelo ouro, dourado
Roupa: amarelo ouro, dourado
Animais: cabra, galinha, pomba
Oferendas: milho branco,xinxim de galinha, ovos,peixes de água doce
Iansã
Deusa dos ventos e das tempestades.
É a senhora dos raios e dona da alma dos mortos.
Elemento: fogo
Personalidade: impulsiva e imprevisível
Símbolo: espada e rabo de cavalo (representando a realeza)
Dia da semana: quarta-feira
Colar: vermelho ou marrom escuro
Roupa: vermelha ou salmão
Animais: cabra e galinha
Oferendas: milho branco, arroz, feijão e acarajé
Ossaim
Deus das folhas e ervas medicinais. Conhece seus usos e as palavras mágicas (ofós) que despertam seus poderes.
Elemento: matas
Personalidade: instável e emotivo
Símbolo: lança com pássaros na forma de leque e feixe de folhas
Dia da semana: quinta-feira
Colar: branco rajado de verde
Roupa: branco e verde claro
Animais: galo e carneiro
Oferendas: feijão, arroz,milho vermelho e farofa de dendê
Nanã
Deusa da lama e do fundo dos rios, associada à fertilidade, à doença e à morte. É a orixá mais velha de todos e, por isso, muito respeitada.
Elemento: terra
Personalidade: vingativa e mascarada
Símbolo: ibiri (cetro de palha e búzios)
Dia da semana: sábado
Colar: branco, azul e vermelho
Roupa: branca e azul
Animais: cabra e galinha
Oferendas: milho branco,
arroz, feijão, mel e dendê
Oxumaré
Deus da chuva e do arco-íris. É, ao mesmo tempo, de natureza masculina e feminina. Transporta a água entre o céu e a terra.
Elemento: água
Personalidade: sensível e tranqüilo
Símbolo: cobra de metal
Dia da semana: quinta-feira
Colar: verde, amarelo
Roupa: azul claro e verde claro
Animais: bode, galo e tatu
Oferendas: milho branco, acarajé, coco, mel, inhame e feijão com ovos
Iemanjá
Considerada deusa dos mares e oceanos. É a mãe de todos os orixás e representada com seios volumosos, simbolizando a maternidade e a fecundidade.
Elemento: água
Personalidade: maternal e tranqüila
Símbolo: leque e espada
Dia da semana: sábado
Colar: transparente ou azul claro
Roupa: branco e azul
Animais : porco, cabra e galinha
Oferendas: peixes do mar, arroz,
milho, camarão com coco
Xangô
Deus do fogo e do trovão. Diz a tradição que foi rei de Oyó, cidade da Nigéria. É viril, violento e justiceiro. Castiga os mentirosos e protege advogados e juízes.
Elemento: fogo
Personalidade: atrevido e prepotente
Símbolo: machado duplo (oxé)
Dia da semana: quarta-feira
Colar: branco e vermelho
Roupa: branca e vermelha, com coroa de latão
Animais: galo, pato, carneiro e cágado
Oferendas: amalá (quiabo com
camarão seco e dendê)
Oxalá
Deus da criação. É o orixá que criou os homens. Obstinado e independente, é representado de duas maneiras: Oxaguiã, jovem, e Oxalufã, velho.
Elemento: ar
Personalidade: equilibrado e tolerante
Símbolo: oparoxó (cajado de alumínio com adornos)
Dia da semana: sexta-feira
Colar: branco, oxaguiã branco e azul e celeste
Roupa: branca
Animais: cabra, galinha, pomba, pata e caracol
Oferendas: arroz, milho branco e massa de inhame
O TOQUE DE CANDOMBLÉ
É o mesmo que festa e se refere à batida dos atabaques, que convoca os orixás. A estrutura da cerimônia, chamada ordem do xirê (brincadeira, na língua iorubá), divide a festa em três partes. A primeira acontece à tarde, com o sacrifício, a oferenda e o padê de Exu. A segunda é a festa em si, à noite, na presença do público, quando os filhos-de-santo incorporam os orixás. E a terceira fase, o encerramento, com a roda de Oxalá, o deus criador do homem.
AS GIRAS NA UMBANDA
O culto nos terreiros é dividido em sessões de desenvolvimento e de consulta, e essas, são subdivididas em giras.
Nas sessões de consulta, onde comumente podemos encontrar Pretos-Velhos, Caboclos, Baianos, Boiadeiros, Marujos, Erês,Ciganos, Exus e Pombas Giras. As pessoas conversam com as entidades a fim de obter ajuda e conselhos para suas vidas, curas, descarregos, e para resolver problemas espirituais diversos.
As ocorrências mais comuns nessas sessões são o "passe" e o descarrego.
No passe, a entidade reorganiza o campo energético astral da pessoa, energizando-a e retirando toda a parte fluídica negativa que nela possa estar.
O descarrego é feito com o auxílio de um médium, o qual irá captar a energia negativa da pessoa e a transferir para os assentamentos ou fundamentos do terreiro que contém elementos dissipadores dessas energias. Também a entidade faz com que essa energia seja deslocada para o astral. Caso seja um obsessor, o espírito obsediador é retirado e encaminhado para tratamento ou para um lugar mais adequado no astral inferior caso ele não aceite a luz que lhe é dada. Nesses casos pode ser necessária a presença de um ou mais Exus
Os dias de Consulta e/ou Desenvolvimento podem variar de casa para casa, de Linha Doutrinária para Linha Doutrinária.
Nos dias de consulta há o atendimento da assistência e nos dias de desenvolvimento há as giras médiunicas, que são fechadas à assistência, onde os sacerdotes educam e ensinam os mecanismos próprios da mediunidade.
Um comentário:
Como é bom aprender!
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