A LENDA DO DIAMANTE
Há muito tempo, vivia à beira de um rio uma tribo de índios. Dela fazia parte um casal muito feliz: Itagibá e Potira. Itagibá, que quer dizer braço forte, era um guerreiro robusto e destemido. Potira, cujo nome quer dizer flor era uma índia jovem e formosa.Vivia o casal tranqüilo e venturoso, quando rebentou uma guerra contra uma tribo vizinha. Itagibá teve de partir para a luta. E foi com profundo pesar que se despediu da esposa querida e acompanhou os outros guerreiros. Potira não derramou uma só lágrima, mas seguiu com os olhos cheios de tristeza, a canoa que conduzia o esposo, até que a mesma desapareceu na curva do rio.
Passaram-se muitos dias sem que Itagibá voltasse à taba. Todas as tardes; a índia esperava, à n\margem do rio, o regresso do esposo amado. Seu coração sangrava de saudade, mas permanecia serena e confiante, na esperança de que Itagibá voltaria à taba.
Finalmente, Potira foi informada de que seu esposo jamais regressaria. Ele havia morrido como um herói, lutando contra o inimigo. Ao ter essa notícia, Potira perdeu a calma que mantivera até então e derramou lágrimas copiosas.
Vencida pelo sofrimento, Potira passou o resto de sua vida, a beira do rio, chorando sem cessar. Suas lágrimas puras e brilhantes misturaram-se com as areias brancas do rio.
A dor imensa da índia impressionou Tupã, o rei dos deuses. E este, para perpetuar a lembrança do grande amor de Potira, transformou suas lágrimas em diamantes.
Daí a razão pela qual os diamantes são encontrados entre os cascalhos dos rios e regatos. Seu brilho e pureza recordam as lágrimas de Potira.
A LENDA DO UIRAPURU
O uirapuru é o cantor das florestas amazônicas. É um pássaro que tem um canto tão lindo, tão melodioso, que os outros ficam quietos silenciosos, só para ouvi-lo. O uirapuru tem a cor verde oliva e a cauda avermelhada. Quando começa a cantar, toda a mata emudece para ouvir seus gorjeios maravilhosos.
Por isso, os sertanejos acham que esse pássaro é um ser sobrenatural. Alias, uirapuru quer dizer pássaro que não é pássaro que não é pássaro. Depois de morto, seu corpo é considerado um talismã, que dá felicidade a quem o possui.
A lenda uirapuru é interessante. Duas índias eram muito amigas. Estavam sempre juntas e por isso eram admiradas pela tribo inteira. Um dia elas estavam passeando pela aldeia e encontraram um novo cacique, um homem muito bonito. E a partir daí, s duas passaram a gostar dele. Mas, uma não disse nada à outra. Continuaram amigas, uma confidenciando com a outra, mas continuando sem contar quem era o moço misteriosos. Qual foi a surpresa quando descobriram que se tratava da mesma pessoa, e resolveram perguntar ao cacique de quem ele realmente gostava. Não sabendo qual escolher, o jovem cacique prometeu casar-se com a que tivesse melhor pontaria. As duas índias atiraram as flechas, mas só uma acertou o alvo. Essa casou-se com um chefe da tribo.
A outra, chamada Oribici, chorou tanto que suas lágrimas formaram uma fonte e um córrego. Pediu ela a Tupã que a transformasse num passarinho para poder visitar o cacique sem ser reconhecida. Tupã fez a sua vontade. Mas verificando que o cacique amava a esposa, Oribici resolveu abandonar aqueles lugares. E voou para o Norte do Brasil, indo parar nas matas da Amazônia.
Para consolá-la, Tupã deu-lhe um canto melodioso. Assim, canta para esquecer as suas mágoas, e os outros pássaros quando encontram o uirapuru, ficam calados para ouvir suas notas maravilhosas.
De agora em diante, ela tornou-se o Uirapuru.
LENDA DA VITÓRIA RÉGIA
“Era uma vez, um grupo de jovens índias que eram tão fascinadas pela lua e pelas estrelas que decidiram encontrar uma forma de tocá-las. Acreditavam que se conseguissem fazer isso, poderiam se tornar uma delas. Assim, elas tentaram subir por um morro, mas não deu certo. As jovens, persistentes, a cada noite procuravam sempre os lugares mais altos, mas o céu continuava distante. Uma das índias, a mais sonhadora delas, estava tão desiludida, que uma noite, ao ver a lua refletida no lago, resolveu mergulhar ao seu encontro e desapareceu nas águas profundas. A lua lá no céu, comovida com o gesto da jovem, decidiu transformá-la numa grande e bela flor, que ficaria para sempre na superfície das águas, como a refletir a imagem lunar: nascia a vitória-régia".
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