terça-feira, 2 de novembro de 2010

DA ÁFRICA AO BRASIL- as diferenças entre Umbanda e Candomblés.

A principal diferença entre os vários tipos de candomblé é a origem étnica.

Há quatro tipos de candomblé:

o Keto, da Bahia, o Xangô, de Pernambuco, o Batuque, do Rio Grande do Sul, e o Angola, da Bahia e São Paulo.

O Keto chegou com os povos nagôs, que falam a língua iorubá . Saídos das regiões que hoje correspondem ao Sudão, Nigéria e Benin, eles vieram para o Nordeste.

Os bantos saíram das regiões de Moçambique, Angola e Congo para Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo (em amarelo, no mapa). Criaram o culto ao caboclo, representante das entidades da mata.

CANDOMBLÉ

Deuses: Orixás de origem africana. Nenhum santo é superior ou inferior a outro. Não existe o Bem e o Mal, Isoladamente.

Culto: Louvação aos orixás que incorporam nos fiéis, para

fortalecer o axé (energia vital) que protege o terreiro e seus membros.

Iniciação: Condição essencial para participar do culto. O recolhimento dura de sete a 21 dias. o ritual envolve, a oferenda de alimentos, animais, aves e a obediência a rígidos preceitos.

Música: Cânticos em língua africana, acompanhados por três atabaques tocados por

iniciados do sexo masculino.

UMBANDA

Deuses: As entidades são agrupadas em hierarquia, que vai dos espíritos mais baixos (maus)

aos mais evoluídos (bons).

Culto: Desenvolvimento espiritual dos médiuns que, quando incorporam, dão passes e consultas.

Iniciação: Não é necessária. O recolhimento é de apenas um ou dois dias. O sacrifício de animais não é obrigatório.

O batismo é feito com água do mar ou de cachoeira.

Música: Cânticos em português, acompanhados por palmas e atabaques, tocados por médiuns ogãs, de qualquer sexo.

CANDOMBLÉ E UMBANDA AFRICANIZADA.

Quem é quem (e quem faz o quê) na hierarquia de uma casa-de-santo

Cada iniciado tem uma função dentro do terreiro. Nem todos recebem santo.

Abiã

Noviço, primeiro degrau da hierarquia. Após iniciado, será filho-de-santo.

Iaô

Filho-de-santo, segundo degrau na hierarquia. Podem ou não receber santo.

Ebômi

Terceiro degrau. Iaô que cumpriu as obrigações de sete anos. Recebe santo.

Iabassê

Quarto degrau. Não recebe. É a responsável pela cozinha do terreiro.

Agibonã

Mãe criadeira. Também quarto degrau. Cuida dos iaôs durante o ritual de iniciação. Em alguns candomblés, não recebe santo.

Ialaxé

Quinto degrau. Zela pelas oferendas e objetos de culto aos orixás.Em alguns candomblés, não

recebe santo.

Baba-quequerê e Iaquequerê

Sexto degrau. Pai ou mãe-pequena. Recebe. Ajuda o pai ou mãe-de-santo no

comando do terreiro.

Baba-lorixá e Ialorixá

Pai ou mãe-de-santo, chefe do terreiro, último degrau

da hierarquia. Recebe santo e joga búzios.

Cambonos. ( umbanda, se assemelha a ekedi no candomblé)

auxiliam com os orixás e entidades, servindo-os no que precisarem.

Ogã

Filho-de-santo que não recebe.

O Ogã pode ser Axogum ou Alabê, conforme sua tarefa.

Axogum

Ogã responsável pelo sacrifício de animais a serem

ofertados aos orixás. Não recebe santo.

Alabê

Ogã tocador dos atabaques e instrumentos

rituais. Não recebe santo.


Equede Paralela ao Ogã.

Não recebe. Cuida dos orixás incorporados e de seus objetos.

AS DIVERSAS FASES DA INICIAÇÃO (candomblé)

Primeiro, o santo indica a pessoa a ser iniciada.

Depois, é preciso cumprir outros três passos:

Bolar no santo

É o mesmo que cair no santo. Este é o sinal que indica a necessidade de iniciação de uma pessoa no candomblé. Acontece sem previsão, normalmente numa festa: durante a dança e os cânticos o orixá se manifesta no futuro filho-de-santo, que é agitado por tremores e sobressaltos violentos. Quem já bolou conta que sentiu arrepios, calor, fraqueza e sensação de desmaio. Quando acorda no roncó (o quarto do terreiro reservado à pessoa que bolou), o abiã não consegue se lembrar de nada do que aconteceu.

O bori

É a cerimônia que reforça a ligação entre o orixá e o iniciado.

OS 12 ORIXÁS MAIS CULTUADOS NO BRASIL.

Cada um deles tem o seu símbolo, o seu dia da semana, suas vestimentas e cores próprias. Como os homens, são temperamentais, sentimentais e briguentos.

Exu

Orixá mensageiro entre os homens e os deuses, guardião da porta da rua e das encruzilhadas. Só através dele é possível invocar os orixás. Elemento: fogo

Personalidade: atrevido e agressivo

Símbolo: ogó (um bastão adornado com cabaças e búzios)

Dia da semana: segunda-feira

Colar: vermelho e preto

Roupa: vermelha e preta

Animais : bode e galo preto

Oferendas: farofa com dendê, feijão, inhame, água,mel e aguardente

Ogum

Deus da guerra, do fogo e da tecnologia. No Brasil é conhecido como deus guerreiro. Sabe trabalhar com metal e, sem sua proteção, o trabalho não pode ser proveitoso.

Elemento: ferro

Símbolo: espada

Personalidade: impaciente e obstinado

Dia da semana: terça-feira

Colar: azul-marinho

Roupa: azul escuro, verde escuro, vermelho

Animais: galo e bode avermelhados

Oferendas: feijoada, xinxim, inhame

Oxóssi

Deus da caça. É o grande patrono do candomblé brasileiro.

Elemento: florestas Personalidade: intuitivo e emotivo

Símbolo: rabo de cavalo e chifre de boi

Dia da semana:quinta-feira

Colar: azul claro

Roupa: azul ou verde claro

Animais: galo e bode

avermelhados e porco

Oferendas: milho branco e amarelo, peixe de escamas, arroz, feijão e abóbora

Obaluaiê

Deus da peste, das doenças da pele e, atualmente, da AIDS. É o médico dos pobres.

Elemento: terra

Personalidade: tímido e vingativo

Símbolo: xaxará (feixe de palha e búzios)

Dia da semana: segunda-feira

Colar: preto e vermelho, ou vermelho, branco e preto

Roupa: vermelha e preta, coberta por palha

Animais: galo, pato,bode e porco

Oferendas: pipoca, feijão preto, farofa e milho, com muito dendê

Oxum

Deusa das águas doces (rios, fontese lagos). É também deusa do ouro, da fecundidade,

do jogo de búzios e do amor.

Elemento: água

Personalidade: maternal e tranqüila

Símbolo: abebê (leque espelhado)

Dia da semana: sábado

Colar: amarelo ouro, dourado

Roupa: amarelo ouro, dourado

Animais: cabra, galinha, pomba

Oferendas: milho branco,xinxim de galinha, ovos,peixes de água doce

Iansã

Deusa dos ventos e das tempestades.

É a senhora dos raios e dona da alma dos mortos.

Elemento: fogo

Personalidade: impulsiva e imprevisível

Símbolo: espada e rabo de cavalo (representando a realeza)

Dia da semana: quarta-feira

Colar: vermelho ou marrom escuro

Roupa: vermelha ou salmão

Animais: cabra e galinha

Oferendas: milho branco, arroz, feijão e acarajé

Ossaim

Deus das folhas e ervas medicinais. Conhece seus usos e as palavras mágicas (ofós) que despertam seus poderes.

Elemento: matas

Personalidade: instável e emotivo

Símbolo: lança com pássaros na forma de leque e feixe de folhas

Dia da semana: quinta-feira

Colar: branco rajado de verde

Roupa: branco e verde claro

Animais: galo e carneiro

Oferendas: feijão, arroz,milho vermelho e farofa de dendê

Nanã

Deusa da lama e do fundo dos rios, associada à fertilidade, à doença e à morte. É a orixá mais velha de todos e, por isso, muito respeitada.

Elemento: terra

Personalidade: vingativa e mascarada

Símbolo: ibiri (cetro de palha e búzios)

Dia da semana: sábado

Colar: branco, azul e vermelho

Roupa: branca e azul

Animais: cabra e galinha

Oferendas: milho branco,

arroz, feijão, mel e dendê

Oxumaré

Deus da chuva e do arco-íris. É, ao mesmo tempo, de natureza masculina e feminina. Transporta a água entre o céu e a terra.

Elemento: água

Personalidade: sensível e tranqüilo

Símbolo: cobra de metal

Dia da semana: quinta-feira

Colar: verde, amarelo

Roupa: azul claro e verde claro

Animais: bode, galo e tatu

Oferendas: milho branco, acarajé, coco, mel, inhame e feijão com ovos

Iemanjá

Considerada deusa dos mares e oceanos. É a mãe de todos os orixás e representada com seios volumosos, simbolizando a maternidade e a fecundidade.

Elemento: água

Personalidade: maternal e tranqüila

Símbolo: leque e espada

Dia da semana: sábado

Colar: transparente ou azul claro

Roupa: branco e azul

Animais : porco, cabra e galinha

Oferendas: peixes do mar, arroz,

milho, camarão com coco

Xangô

Deus do fogo e do trovão. Diz a tradição que foi rei de Oyó, cidade da Nigéria. É viril, violento e justiceiro. Castiga os mentirosos e protege advogados e juízes.

Elemento: fogo

Personalidade: atrevido e prepotente

Símbolo: machado duplo (oxé)

Dia da semana: quarta-feira

Colar: branco e vermelho

Roupa: branca e vermelha, com coroa de latão

Animais: galo, pato, carneiro e cágado

Oferendas: amalá (quiabo com

camarão seco e dendê)

Oxalá

Deus da criação. É o orixá que criou os homens. Obstinado e independente, é representado de duas maneiras: Oxaguiã, jovem, e Oxalufã, velho.

Elemento: ar

Personalidade: equilibrado e tolerante

Símbolo: oparoxó (cajado de alumínio com adornos)

Dia da semana: sexta-feira

Colar: branco, oxaguiã branco e azul e celeste

Roupa: branca

Animais: cabra, galinha, pomba, pata e caracol

Oferendas: arroz, milho branco e massa de inhame

O TOQUE DE CANDOMBLÉ

É o mesmo que festa e se refere à batida dos atabaques, que convoca os orixás. A estrutura da cerimônia, chamada ordem do xirê (brincadeira, na língua iorubá), divide a festa em três partes. A primeira acontece à tarde, com o sacrifício, a oferenda e o padê de Exu. A segunda é a festa em si, à noite, na presença do público, quando os filhos-de-santo incorporam os orixás. E a terceira fase, o encerramento, com a roda de Oxalá, o deus criador do homem.

AS GIRAS NA UMBANDA

O culto nos terreiros é dividido em sessões de desenvolvimento e de consulta, e essas, são subdivididas em giras.

Nas sessões de consulta, onde comumente podemos encontrar Pretos-Velhos, Caboclos, Baianos, Boiadeiros, Marujos, Erês,Ciganos, Exus e Pombas Giras. As pessoas conversam com as entidades a fim de obter ajuda e conselhos para suas vidas, curas, descarregos, e para resolver problemas espirituais diversos.

As ocorrências mais comuns nessas sessões são o "passe" e o descarrego.

No passe, a entidade reorganiza o campo energético astral da pessoa, energizando-a e retirando toda a parte fluídica negativa que nela possa estar.

O descarrego é feito com o auxílio de um médium, o qual irá captar a energia negativa da pessoa e a transferir para os assentamentos ou fundamentos do terreiro que contém elementos dissipadores dessas energias. Também a entidade faz com que essa energia seja deslocada para o astral. Caso seja um obsessor, o espírito obsediador é retirado e encaminhado para tratamento ou para um lugar mais adequado no astral inferior caso ele não aceite a luz que lhe é dada. Nesses casos pode ser necessária a presença de um ou mais Exus

Os dias de Consulta e/ou Desenvolvimento podem variar de casa para casa, de Linha Doutrinária para Linha Doutrinária.

Nos dias de consulta há o atendimento da assistência e nos dias de desenvolvimento há as giras médiunicas, que são fechadas à assistência, onde os sacerdotes educam e ensinam os mecanismos próprios da mediunidade.



Um comentário:

Nyara disse...

Como é bom aprender!