domingo, 14 de novembro de 2010

CABOCLOS E CABOCLAS




Os caboclos e caboclas, na Umbanda e no Candomblé de Caboclo, são representantes do mundo natural e dos espíritos.
O termo “caboclos” pode derivar do tupi kari’boca, "filho do homem branco"Os caboclos mais tradicionais são os "caboclos índios" ou "caboclos de penas", portanto, Originalmente, a palavra Caboclo significa mestiço de Branco com Índio mas, na nossa percepção , refere-se aos indígenas que em épocas remotas habitaram diversas partes do planeta, como civilizações aparentemente primitivas, mas na realidade de grande sabedoria. Espíritos que, embora em sua encarnações tenham vivido em outros países, identificam-se espiritualmente na vibração dos Caboclos, como por exemplo, os índios Americanos, os Astecas, os Maias, os Incas e demais indígenas que povoaram a América do Sul.

Os Caboclos constituem uma falange e, como tal, penetram em todas as linhas, atuando em diversas virações. Entretanto, cada um deles tem uma vibração originária, que pode ser ou não aquela em que ele atua.
Antigamente existia a concepção de que todo Caboclo seria um Oxóssi, ou seja, viria sob a vibração deste Orixá. Porêm em nossa percepção, compreendemos que Caboclos diferentes, possuem Vibrações Originais Diferentes, podendo se apresentar sob a Vibração de Ogum, de Xangô, de Oxóssi ou Omulu. Já as Caboclas, podem se apresentar sob as Vibrações de Iemanjá, de Oxum, de Iansã ou de Nanã.
Não há necessidade da Vibração do Caboclo-guia, coincidir com a do Orixá dono da coroa do médium: o guia pode ser, por exemplo, de Ogum, e atuar em um sensitivo que é filho de Oxóssi; apenas neste caso, a entidade, embora sendo de Ogum, assimilará a vibração de Oxóssi.

CABOCLO DE PENAS
O caboclo tradicional é valente, selvagem antes de tudo, destemido, intrépido, ameaçador, sério e muito competente nas artes das curas. Enquanto o preto-velho consola e sugere, o caboclo ordena e determina. O preto-velho acalma, o caboclo arrebata. O preto-velho contempla, reflete, assente, recolhe-se na imobilidade de sua velhice e de seu passado escravo; o caboclo mexe-se, intriga, canta e dança como o guerreiro livre que um dia foi. Os caboclos fumam charuto e os preto-velhos, cachimbo; todas as entidades da umbanda fumam — a fumaça e seu uso ritual marcam a herança indígena da umbanda, aliança constitutiva com o passado do solo brasileiro.

Produto do sincretismo da pajelança indígena com os ritos afro-brasileiros, os caboclos resultam da associação dos orixás, voduns e inquices com figuras ameríndias, ligadas às florestas e às matas.

Os caboclos e caboclas geralmente são representados como indígenas . Freqüentemente usam cocares vistosos, calças e saiotes .

Embora existam diferenças entre os nomes encontrados por diferentes pesquisadores para as entidades, em relação as suas Vibrações Originais, apresentamos a seguir uma relação com os nomes de caboclos e caboclas mais conhecidos:


Caboclos de Ogum:

Águia Branca, Águia Dourada, Águia Solitária, Araribóia, Beira-Mar,
Caboclo da Mata, Icaraí, Caiçaras Guaraci, Ipojucan, Itapoã, Jaguaré, Rompe-mato, Rompe-nuvem, Sete Matas, Sete Ondas, Tamoio,
Tabajara, Tupuruplata, Ubirajara, Rompe-Ferro, Rompe-Aço


Caboclos de Xangô:
Araúna, Cajá, Caramuru, Cobra Coral, Caboclo do Sol, Girassol, Guaraná
, Guará, Goitacaz, Jupará, Janguar, Rompe-Serra, Sete Caminhos, Sete Cachoeiras, Sete Montanhas, Sete Estrelas, Sete Luas, Tupi, Treme-Terra,
Sultão das Matas, Cachoeirinha, Mirim, Urubatão da Guia, Urubatão,
Ubiratan, Cholapur.


Caboclos de Oxóssi:

Caboclo da Lua, Arruda, Aimoré, Boiadeiro, Ubá, Caçador, Arapuí, Japiassu,
Junco Verde, Javari, Mata Virgem, Pena Branca, Pena Dourada, Pena Verde,
Pena Azul, Rompe-folha, Rei da Mata, Guarani, Sete Flechas, Flecheiro,
Folha Verde,, Tupinambá, Tupaíba, Tupiara, Tapuia, Serra Azul, Paraguassu,
Sete Encruzilhadas.


Caboclos de Omulu:

Arranca-Toco, Acuré, Aimbiré, Bugre, Guiné, Gira-Mundo, Iucatan, Jupuri, Uiratan, Alho-d'água, Pedra Branca, Pedra Preta, Laçador, Roxo, Grajaúna, Bacuí, Piraí, Suri, Serra Verde, Serra Negra, Tira-teima, Seta-Águias, Tibiriçá, Vira-Mundo, Ventania.


Caboclas de Iansã:

Bartira, Jussara, Jurema, Japotira, Maíra, Ivotice, Valquíria, Raio de Luz,
Palina, Poti, Talina, Potira


Caboclas de Iemanjá:

Diloé, Cabocla da Praia, Estrela d'Alva, Guaraciaba, Janaína, Jandira,
Jacira, Jaci, Sete Ondas, Sol Nascente


Caboclas de Oxum:

Iracema, Imaiá Jaceguaia, Juruema, Juruena, Jupira, Jandaia,
Araguaia, Estrela da Manhã, Tunué, Mirini, Suê
...

Algumas caracteristicas da Vibração dos Caboclos e Caboclas
Habtat
Normalmente Matas Altas, Coqueiros, Eucaliptos, etc..
Vibração
Ajuda espiritual e material
Assuntos Relacionados
Todos
Atuação
Ajuda em todos os campos
Parte do Corpo
Todo o corpo
Essências
Eucalipto, Girassol ( P/ Caboclos)
Pinho, Bálsamo-de-tolu ( P/ Caboclas)
Cores
Vermelho, Verde e Branco( varia a pedido da propria entidade)
Pedras
Quartzo Verde-escuro.
Metal
Ferro, Aço, Manganês, Zinco
Flores
Girasol, Flor de Ipê, etc..
Banhos de descarrego
Essência de Eucalipto

CABOCLOS BOIADEIROS

O boiadeiro é um caboclo que em vida foi um valente do Sertão e está ligado com a imagem do peão boiadeiro - habilidoso, valente e de muita força física. Vem sempre gritando e agitando os braços como se possuisse na mão, um laço para laçar um novilho. Sua dança simboliza o peão sobre o cavalo a andar nas pastagens.

Veste-se como o sertanejo, com roupas e chapéu de couro, e cumpre um papel ritual muito semelhante aos caboclos índios que se cobrem de vistosos cocares. Igualmente são bons curadores. Fazem o "descarrego" com chicotes, laços e berrantes. Gostam de "meladinha", cachaça com mel de abelha, mas também bebem vinho. Fumam cigarro, cigarro de palha e charutos. Seus pratos preferido são carne de boi com feijão tropeiro, abóbora e farofa de torresmo.

Enquanto os "caboclos de penas" são quase sempre sisudos e de poucas palavras, é possível encontrar alguns boiadeiros sorridentes e conversadores. De voz grave, é difícil entender o que falam. Supõe-se que os boiadeiros trazem lições do tempo onde o respeito aos mais velhos, a natureza, a família e aos animais falavam mais alto. Representam a liberdade e a determinação do homem do campo, em contraste com a humildade dos pretos-velhos.

Quando o médium é mulher, o boiadeiro pede para que seja colocado um pano colorido, bem apertado, para disfarçar os seios. Estes panos acabam, por vezes, como um identificador da entidade, pela sua cor ou composição de cores.

Entre os nomes mais conhecidos incluem-se:

Boiadeiro Sete-Luas, Caboclo Jundiara, Caboclo Jubiara, Caboclo Sete Laços, Caboclo Laço de Ouro, Caboclo Lajedo Grande, Navizala, Boiadeiro da Jurema, Boiadeiro do Lajedo, Boiadeiro do Rio Carreiro, Boiadeiro do Ingá, Boiadeiro Navizala, Boiadeiro de Imbaúba, João Boiadeiro, Boiadeiro Chapéu de Couro, Boiadeiro Juremá, Zé Mineiro, Zé do Laço, Boiadeiro do Chapadão e Boiadeiro das Sete Campinas, Alfredo Mineiro , Zé do boi João Carreiro...

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