domingo, 14 de novembro de 2010

VOLTANDO A FALAR DE ORIXÁ ANCESTRAL

RELEMBRANDO:
Orixá Ancestral é aquele que magnetizou o ser assim que este foi gerado por Deus e o distinguiu com sua qualidade original e natureza íntima,imutável e eterna.Poderemos reencarnar mil vezes e sob as mais diversas irradiações, e nunca mudará nossa natureza íntima.

...Orixá de frente é aquele que rege a atual encarnação do ser e o conduz numa direção no qual o ser absorverá sua qualidade e a incorporará às suas faculdades, abrindo-lhes novos campos de atuação e crescimento interno permanente.

...Orixá Adjunto é aquele que forma par com o Orixá de frente, apassivando ou estimulando o ser, sempre visando ao seu equilíbrio íntimo e crescimento interno permanente.


...A cada encarnação, há troca de regência de encarnação.E nessa troca, os seres vão evoluindo e desenvolvendo faculdades relativas a todos os Orixás.
...Na ancestralidade, todo ser macho é filho de um Orixá masculino e todo ser fêmea é filha de um Orixá feminino.
...Existem sete naturezas masculinas e sete naturezas femininas tão marcantes que é impossível ao bom observador não vê-las nas pessoas.
...Podemos identificar a ancestralidade de alguém observando o olhar, as feições, os traços, os gestos, a postura etc., pois estes sinais são oriundos da natureza íntima do ser, apassivada pela regência de encarnação, mas não anulada por ela.
...Podemos identificar o Orixá Adjunto nos gestos e nas iniciativas das pessoas, já que é por intermédio do emocional que ele atua.

UM POUCO DE HISTÓRIA:

Na aurora de sua civilização, o povo africano mais tarde conhecido pelo nome de iorubá, chamado de nagô no Brasil e lucumi em Cuba, acreditava que forças sobrenaturais impessoais, espíritos, ou entidades estavam presentes ou corporificados em objetos e forças da natureza. Tementes dos perigos da natureza que punham em risco constante a vida humana, perigos que eles não podiam controlar, esses antigos africanos ofereciam sacrifícios para aplacar a fúria dessas forças, doando sua própria comida como tributo que selava um pacto de submissão e proteção e que sedimenta as relações de lealdade e filiação entre os homens e os espíritos da natureza.

Muitos desses espíritos da natureza passaram a ser cultuados como divindades, mais tarde designadas orixás, detentoras do poder de governar aspectos do mundo natural, como o trovão, o raio e a fertilidade da terra, enquanto outros foram cultuados como guardiões de montanhas, cursos d’água, árvores e florestas. Cada rio, assim, tinha seu espírito próprio, com o qual se confundia, construindo-se em suas margens os locais de adoração, nada mais que o sítio onde eram deixadas as oferendas. Um rio pode correr calmamente pelas planícies ou precipita-se em quedas e corredeiras, oferecer calma travessia a vau, mas também mostra-se pleno de traiçoeiras armadilhas, ser uma benfazeja fonte de alimentação piscosa, mas igualmente afogar em suas águas os que nelas se banham. Esses atributos do rio, que o torna ao mesmo tempo provedor e destruidor, passaram a ser também o de sua divindade guardiã. Como cada rio é diferente, seu espírito, sua alma, também tem características específicas. Muitos dos espíritos dos rios são homenageados até hoje, tanto na África, em território iorubá, como nas Américas, para onde o culto foi trazido pelos negros durante a escravidão e num curto período após a abolição, embora tenham, com o passar do tempo, se tornado independentes de sua base original na natureza.

O contato entre os povos africanos, tanto em razão de intercâmbio comercial como por causa das guerras e domínio de uns sobre outros, propiciou a incorporação pelos iorubás de divindades de povos vizinhos, como os voduns dos povos fons, chamados jejes no Brasil, entre os quais se destaca Nanã, antiga divindade da terra, e Oxumarê, divindade do arco-íris. O deus da peste, que recebe os nomes de Omulu, Olu Odo, Obaluaê, Ainon, Sakpatá e Xamponã ou Xapanã, resultou da fusão da devoção a inúmeros deuses cultuados em territórios iorubá, fon e nupe. As transformações sofridas pelo deus da varíola, até sua incorporação ao panteão contemporâneo dos orixás, mostra a importância das migrações e das guerras de dominação na vida desses povos africanos e seu papel na constituição de cultos e conformação de divindades.

Dentro da cultura do Candomblé, o Orixá é considerado a existência de uma “vida passada na Terra”, na qual os Orixás teriam entrado em contato direto com os seres humanos, aos quais passaram ensinamentos diretos e se mostraram em forma humana. Essa teria sido uma época muito distante na qual o ser humano necessitava da presença física dos Orixás, pois o ser humano ainda se encontrava em um estágio muito primitivo, tanto materialmente como espiritualmente.

Após passarem seus ensinamento voltaram à Aruanda, mas deixaram na Terra sua essência e representatividade nas forças da natureza.

AFINIDADES

Os filhos de fé não recebem influências apenas de um ou dois orixás. Da mesma forma que nós não ficamos presos à educação e à orientação de um pai espiritual, não ficamos também sob a tutela de nosso orixá de frente ou adjuntó.

Freqüentemente recebemos influências de outros orixás (como se fossem professores, avós, tios, amigos mais próximos na vida material). O fato de recebermos estas influências, não quer dizer que somos filhos ou afilhados desses orixás; trata-se apenas de uma afinidade espiritual.

Uma pessoa, às vezes, não se dá melhor com uma tia do que com uma mãe? Assim também é com os orixás. Podemos ser filhos de Ogum ou Oxum e receber mais influências de Xangô ou Iansã. Posso ser filho de Obaluaiê e não gostar de trabalhar com entidades que mais lhe dizem respeito (linha das almas), preferindo trabalhar com entidades de cachoeiras.

O importante é que nos momentos mais decisivos de nossas vidas, suas influências benéficas se façam presentes, quase sempre uma soma de valores e não apenas e individualmente, a característica de um único orixá.

Portanto, Orixás são divindades intermediárias entre o Deus Supremo e o mundo terrestre, encarregados de administrar a criação e se comunicar com os homens através de vistosos e complexos rituais. São seres humanos importantes de grande poder em vida, que morreram de maneiras incomuns, por meio de grandes acessos de cólera ou então de fulminante paixão. Tal sobrecarga de sentimento provocou uma espécie de derramamento da essência de cada ser, impedindo que eles assumissem a forma comum de todos os espíritos mortos, os eguns. Neste caso, tais espíritos se identificariam com um dos elementos da natureza. Por ser um ancestral divinizado, estabeleceu controle sobre certas forças da natureza, tais como o trovão, o vento, as águas doces ou salgadas, ou mesmo sobre certas atividades como a caça, o trabalho em metal, ou ainda, sobre o conhecimento das virtudes e da utilização das plantas. Por presidirem em si a própria natureza através de seus agentes, trazem em si características de personalidade que os ligam a determinados estados evolutivos da espécie humana. A vibração provocada pelo tipo de personalidade de certo indivíduo, vai colocá-lo sob a influência de determinado Orixá.
Podem ser considerados arquétipos da personalidade freqüentemente escondida das pessoas. Os seus adeptos têm em comum, tendências inatas e um comportamento geral correspondente a cada Orixá. Cada pessoa tem um Orixá individual, único e exclusivo, não existem dois Orixás iguais em toda terra, e todos possuímos, o que chamamos de cuia, formada por sete orixás, sendo um principal, chamado de frente - o dono do Orí - , o segundo ajuntó, os demais: proteção, carrego, alicerce e cumieira. A cada Orixá, as qualidades variam de acordo com a nação que se pratica (ketu, jejê, angola, ijexá, etc.).
Os Orixás agem através do ser humano em três níveis: mental, consciência e energético. Múltiplas são as atribuições dos Orixás, interferem na vida do adepto em todos os níveis: o acolhe, sustenta, desenvolve instrumentaliza mediunicamente para receber energias e influências mentais diretas de todos os tronos regentes assentados na natureza.


MÉTODO PARA IDENTIFICAR O ORIXÁ ANCESTRAL

O método que usam para identificar o orixá ancestral de uma pessoa através da data do nascimento está incompleto, pois o nascimento se relaciona com o emocional de um ser.

Atentem para isso:

A numerologia atua através das deduções (raciocínio).
A astrologia atua através das emoções (emocional).
A simbologia atua através das comparações (analogias).
A quiromancia atua através das adivinhações (percepções).
Os búzios atuam através das revelações (ancestralidades).

As datas astrológicas são “momentos” na vida de um ser, que no decorrer do tempo sofre transformações. Por isso a data do nascimento é um momento emocional. Os orixás ancestrais estão ligados aos seres através de seus mentais (ovóides) que são indestrutíveis e eternos. São as sementes divinas e todos possuímos uma. Logo, não será a data de nascimento de alguém que irá indicar-lhe qual é o seu orixá regente ancestral. Através da data só é possível chegar-se ao “adjunto” ou juntó, como quiserem, pois esse sim, é o orixá que “emocionará” o ser e o induzirá a “mexer-se”, a mover-se, a tornar-se ativo, enquanto o seu orixá de “frente” irá apassivá-lo.

É mais fácil chegar-se ao orixá de frente através do guia chefe (aquele que se manifesta e conduz a direita do médium) que seguir a data do nascimento. Os búzios, jogados por verdadeiras “mãos de Ifá” podem identificar o triângulo de forças de um médium.

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