sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A IMPORTANCIA DO RESGUARDO

Nós que freqüentamos uma casa de axé estamos sempre, nem que seja uma vez a cada dois meses, de resguardo. Ele é uma pedra no caminho de muita gente. O fato de ter algo proibido de ser feito na sua vida, por você, mesmo que por uma parcela pequena de tempo é incômodo. Mas é algo necessário.

O resguardo, ou o que muitos chamam de preceito, é necessário por uma questão de respeito, de manter o corpo “limpo” de interferências outras que não sejam dos orixás. O resguardo nos faz senhores de nós mesmos, aprendemos a dominar a nossa vontade, sacrificamos essa vontade visando um bem maior, não somente nosso, o da nossa comunidade, nossa família de santo.

Ele também mostra aos nossos Orixás a força da nossa vontade, que conseguimos usar a razão acima da emoção, da busca pelo prazer, que conseguimos sacrificar um pequeno momento de prazer por um bem maior que vislumbramos para nossa vida. È uma contribuição em troca da força que nos concedem. E acima de tudo é respeito.
É respeito ao trabalho feito em prol do nosso bem, é respeito pelo Orixá que está sendo agradado naquela obrigação, é respeito pelo axé que colocaram em nossos oris.

A maior parte dos clientes da Umbanda e do Candomblé segue, mas não compreendem o porquê dessas restrições, mas nós, iniciados, temos a obrigação de buscar saber como isso é encarado na casa de axé, como o Zelador vê as restrições. Como explica essas restrições.

Geralmente o resguardo inclui a inibição de sexo, bebida, pimenta, cores fortes como preto e vermelho. Esses elementos têm uma ligação íntima com o Orixá Exu ,um Orixá que está presente em tudo na casa de axé e que não deve se desviar do objetivo que é encaminhar nossos pedidos aos Orixás, naquele momento, naquele ritual. Depois de feito o trabalho, os rituais de oferta, ele é o responsável por encaminhar o axé dessas atividades ao mundo dos orixás.

Quando estamos em trabalhos coletivos fazemos uma corrente naquele momento e cada pessoa é um elo, se um quebra o resguardo a corrente se desfaz,e o trabalho perde a força que deveria ter. Ninguém é prejudicado diretamente, pois o Orixá não é punitivo, mas a força não é a mesma. O trabalho não é visto e recebido da mesma forma pelos Orixás.

Claro que temos casos de pessoas que impõem resguardos desnecessários, inventam quizilas de acordo com o seu gosto. O que é um desrespeito com quem é obrigado a seguir essas invencionices, e afronta aos Orixás que são usados para justificar uma mentira baseada no gosto ou desgosto do zelador.

Temos esse tipo de resguardo coletivo, que enfraquece trabalhos coletivos quando é quebrado; e temos ainda os resguardos de trabalhos individuais.

Orixá quer ser obedecido. E não se barganha com eles. Quebrou o resguardo, o trabalho foi vão, não se conserta elos de confiança do dia pra noite, é preciso tempo para que Orixá perdoe nossa falha.

Portanto, queridos filhos e irmãos, precisamos lembrar sempre que resguardo é força, e traz axé a todos nós.

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