segunda-feira, 12 de julho de 2010

A CULTURA AFRO-BRASILEIRA


A Cultura afro-brasileira, é um conglomerado da Cultura Africana recebida pelos brasileiros de todas as idades e que constitui hoje numa grande herança.
O tráfico de escravos - intercâmbio de seres humanos por razões mercantilistas e interesse comercial, com toda a sua desumanidade e miséria contínua foi a mais significante contribuição para essa herança cultural. Essa herança está profundamente enraizada nas tradições e religiões africanas as quais o Brasil orgulhosamente abraçou. Danças como: capoeira, samba, jongo; Culinária como: acarajé, vatapá, caruru, e outros.E porque não dizer da contribuição africana no campo dos esportes com seus descendentes: Pelé, Garrincha,Paulo César...
Os escravos africanos, chegando ao Brasil ( dentro das mais desumanas condições, diga-se de passagem) trouxe sua religião, os objetos do culto, emblemas e paramentos, isso indica que para os africanos sua religião é a própria vida, a pedra fundamental de sua herança cultural.
Esses escravos vieram de todas as partes da África ocidental, porém, a maior veio da Nigéria, Benin, Togo e Ghana, foram distribuídos pelas plantações de cana de açúcar, tabaco e minas de ouro do Brasil. É tão certo que a cultura desses africanos frutificou no Brasil, que hoje em dia, brasileiros que não têm ancestrais africanos carregam um pouco da África na alma. O Brasil é considerado o maior País em importância Afro-negra fora da África. No candomblé, Na Umbanda, No carnaval, No Maculelê, No Samba e outras manifestações da cultura afro-brasileira, impedem que haja uma diferença racial, pois em todas elas negros e brancos comungam sob a mesma bandeira de Deus. Nas festas de "Santo" à mesa, se deleita com seus filhos os manjares apetitosos da culinária africana - , dançam, cantam e manifestam-se em torno de seus altares, hoje habitados por Santos Católicos, Orixás, pretos Velhos, Caboclos, Sereias, símbolos cabalísticos - e assim no ritmo dos Atabaques herdados dos escravos africanos vão construindo um país que tem uma boa parte de sua população adepta dos cultos afro-brasileiros.
"SINCRETISMO CATÓLICO- AFRO"
Os escravos ao chegarem no Brasil, continuaram suas tradições africanas as escondidas.( Os escravos eram obrigados a adotar novos nomes ,tinham que aceitar o batismo e a eucaristia. Essa imposição, de novos santos brancos gerou uma união entre os africanos de várias tribos, no intuito de manterem-se fiéis as suas origens de culto e na falta de um sacerdote da mesma etnia, se adaptavam a cultura de outros africanos, transformando culturas que na África eram regionais em um panteão nacional.) Era preciso manter os rituais de uma forma que não despertasse dúvidas nos senhores brancos, assim, na calada da noite, faziam os "assentamentos" da divindade africana, enterrando uma pedra fundamental (otá) e colocavam por cima Santos Católicos, aqueles que mais se assemelhavam com o Orixá de sua Terra .Assim, Oxalá recebeu a imagem de Cristo, Iansã a imagem de Santa Bárbara...
Os Feitores dos escravos, ouviam eles cultuando os "santos" e pensavam que eram os mesmos, porque não entender o dialeto deles, achavam que os nomes ditos na língua deles seria os mesmos nomes dos Santos Católicos. Estava criado, portanto o Sincretismo Católico- Afro, que posteriormente veio ser as razões da Umbanda.
Ao contrário que certos autores afirmam, o africano é MONOTEÍSTA, por excelência, cultua a UM DEUS SOMENTE,e acredita em toda sua corte celestial, dando a cada um uma função natural no mundo que o cerca. Sendo Olodumaré o Deus Todo Poderoso, e os Orixás sendo seus mensageiros.
Teme e ama a água, que o afoga e aplaca sua sede;
Teme e ama o fogo, que o queima e o aquece;
Teme e ama o sol, que seca sua terra e o ilumina e assim por diante.
Nada acontece por acaso, e todos os fenômenos da natureza têm uma explicação lógica, conseqüentemente, os fenômenos podem ser alterados, propiciados, estimulados, impedidos se uma atividade mística for observada. Nascimento, circuncisão, adolescência, casamento e morte são eventos altamente místicos para os africanos, que associam suas vidas a vida da natureza numa comunhão entre Orixás e Homens.

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