PATER NOSTER,
QUI ES IN COELIS,
SANTIFICETUR NOMEM TUUM
ADVENIAT REGNUM TUUM
FIAT VOLUNTAS TUA
SICUT IN COELO ET IN TERRA
PANEM NOSTRUM QUOTIDIANUM
DA NOBIS HODIE
ET DIMITTE NOBIS DEBITA NOSTRA
SICUT NOS DIMITTIMUS DEBITORIBUS NOSTRIS
ET NE NOS INDUCA
IN TENTATIONEM
SED LIBERA NOS A MALO
AMEM
A INTERPRETAÇÃO DO PAI NOSSO ORIGINAL
PATER (PAI) - Usando a expressão de intimidade que a palavra sugere, quer demonstrar não somente a certeza e a segurança no que
está ensinando como também afirmar que o Deus todo poderoso e irascível não existe e que o grau de distância mantida de forma
religiosa entre a criatura e o Criador está apenas no achismo do homem. Deus, apesar de Infinito, ESTÁ AO NOSSO ALCANCE, não
sendo, portanto, privilégio de alguns, nem de fato e muito menos de direito por merecimentos materiais.
NOSTER (NOSSO) - O pronome plural ou coletivo é propositadamente dito, para mostrar que a filiação divina é um direito de nascimento
e que jamais foi perdida, nem mesmo com a desobediência adâmica, já que um pai perfeito jamais deserda a quem lhe saiu do seio.
Contudo, o agressor desobediente, verdadeiro causador do afastamento desta filiação, tem ao seu alcance a chance de reaproximação
desde que queira e se disponha a seguir os novos ensinamentos. Portanto, o PAI É NOSSO e não apenas de alguns.
QUI ES IN COELIS (QUE ESTAIS NOS CÉUS) - Demonstra esta frase categoricamente três certezas: 1a.) que a vida terrena tem uma
limitação; 2a.) que há um destino posterior e definitivo; 3a.) que há uma premiação para os que trilharem, nesta transitoriedade, mais
pertos do cumprimento comportamental sugerido pelo decálogo. Esta afirmação está implícita na expressão “nos céus”, que não
significa dizer que há lugares diferentes, mas situações distintas junto à Onipresença Divina ou seja, graus de intimidade entre um filho
e um pai. A distância da intimidade de um pai para todos os filhos é sempre a mesma; são os filhos que se colocam numa maior ou
menor distância desta aproximação.
SANTIFICETUR NOMEM TUUM (SANTIFICADO SEJA O TEU NOME) - Mais uma vez, o grau de proximidade entre o Criador é ressaltado,
pelo uso pronominal na segunda pessoa do singular, no jogo de sedução que se usa quando se quer convencer alguém,
atingindo o alvo. Quando ele almeja a santificação do nome, está exortando sub-repticiamente aos que o escutam para que
mantenham um respeito e uma hierarquia genética, apesar da intimidade que deve existir no relacionamento paterno-filial e que este
nome jamais seja pronunciado de forma desrespeitosa ou nos momentos inadequados.
ADVENIAT REGNUM TUUM (VENHA A NÓS O TEU REINO) - Ou seja, venha a nós o teu perdão; que esteja ao nosso alcance a chance de
reencontro, já que as diferenças entre a criatura e o Criador foram esquecidas pela criatura que quis, afrontosamente, se igualar ao
Criador, com a sua desobediência primeira, no afã ingênuo de querer saber tanto quanto aquele que o criou. É um pedido de desculpas
com uma promessa de jamais repetir o que não deveria ter feito.
FIAT VOLUNTAS TUA (SEJA FEITA A TUA VONTADE) - O comportamento humano atinge neste momento o mais alto grau do bom senso,
já que demonstra entre outras coisas: 1a.) a certeza de que errou; 2a.) a resignação da culpa; 3a.) a aceitação do que pode vir.
SICUT IN COELO ET IN TERRA (ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU) - Mais uma vez uma alusão de que existem graus de premiações, de
acordo com os módulos comportamentais e pessoais. O ser humano, após o reconhecimento da culpabilidade e o arrependimento lógico,
já definiu para si próprio um lugar apropriado, equivalente e merecido para aquilo que praticou na vida terrena. Usou a palavra no
singular. Usou “céu” tendo a certeza de um lugar já definido para o seu grau de merecimento, já sabendo qual o céu, entre tantos que
ele próprio escolheu para si; e deixou a cargo de Deus, sem pedir nem implorar, a condição de ser colocado, numa escala de
posicionamento, mais próximo da intimidade com o Pai.
PANEM NOSTRUM QUOTIDIANUM (O PÃO NOSSO DE CADA DIA) - Não se refere aqui ao alimento material, já que o instinto de preservação
obriga o ser humano a procurá-lo e produzi-lo. Refere-se ao alimento espiritual:
- a FÉ que é o ACREDITAR numa vida futura;
- a ESPERANÇA que é o DESEJAR estar na relação dos escolhidos;
- a CARIDADE que é o AMOR que deve ser repartido eqüitativamente e doado para todos os irmãos; são estes os verdadeiros alimentos
que impulsionam para as mudanças do “modus vivendi e operandi”, através de módulos comportamentais, na tentativa de se ter uma
premiação entre os eleitos.
DA NOBIS HODIE (DÁ-NOS HOJE) - O pedido demonstra que houve um reconhecimento da própria limitação; o homem não é mais
aquele ser que pode desafiar a divindade, mas um ser que tem fronteiras, que não é tão onipotente quanto pensava e que está
dependente e umbelicado a uma fonte superior, necessitando, portanto, de ajuda. Pede assim que o Criador não o deixe fraquejar
novamente e envie aquele alimento fortalecedor dos seus princípios espirituais.
ET DIMITTE NOBIS DEBITA NOSTRA (E AFASTA DE NÓS OS NOSSOS DÉBITOS) - É um pedido pela reconsideração divina, para que as
ações mal direcionadas que causaram danos a terceiros sejam reavaliadas e perdoadas por Deus e que a conta seja zerada e seja
concedida mais uma chance de recomeço. Que o Pai deixe bem longe de nós os nossos erros.
SICUT NOS DIMITTIMUS DEBITORIBUS NOSTRIS (ASSIM COMO NÓS AFASTAMOS (OS ERROS) DOS QUE ESTÃO EM DÉBITO CONOSCO - A
justificativa afirma de forma convicta que houve primeiramente um perdão do lado de cá para aqueles que nos imputaram culpas e erros
e que o pedido anterior (e afasta de nós os nossos débitos) só está sendo feito porque o nosso perdão foi verdadeiro; é um pacto de
extrema seriedade para se evitar os próximos erros; uma promessa de reformulação de ações pessoais.
ET NE NOS INDUCA (E NÃO NOS INDUZA) - A convicção da fragilidade humana é ressaltada neste término do poema. O ser humano
pede perdão, promete não dever nunca mais e, no entanto, conhecedor de si próprio, pede um reforço divino. Pede que não haja mais
outro teste.
IN TENTATIONEM (EM TENTAÇÃO) - Que outra indução não lhe seja apresentada sob a forma do irresistível, da falsa beleza, da
enganadora facilidade de se possuir o que não lhe é devido.
SED LIBERA NOS A MALO (MAS LIVRA-NOS DO MAL) - Neste momento, o homem sente as suas limitações e percebe quão pequeno ele é;
apenas um microcosmo, um “ad miniculum” do Criador, uma partícula infinitesimal que se arvorou em querer se igualar com o INCRIADO
e se sente ridículo. Pede humildemente que o Pai seja o seu escudo protetor.
AMEM (AMÉM) - Significa assim seja, para sempre. Demonstra, com este anelo final, que está ainda temeroso de que isto não aconteça.
Então, torce fervorosamente até o infinito de que ASSIM SEJA, AMÉM.
Texto extraído folheto Renasce Brasil
Neste modelo de oração Jesus ensina todos os aspectos que devemos considerar para nos relacionar corretamente com Deus. Portanto, irmãos em Fé, aprendamos a entender o que clamamos na oração que O Mestre Jesus nos ensinou, para que saibamos usá-la de forma eficiente e com mais sabedoria.
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