quinta-feira, 21 de outubro de 2010

MEUS RESPEITOS E AGRADECIMENTOS...

MOJUBA OLORI MI
MOJUBA ORISA ONON
MOJUBA ORISA IGBO
MOJUBA ORISA ODO
MOJUBA ORISA OSA
MOJUBA ORISA OKUN
MOJUBA ORISA OKO
MOJUBA ORISA AFEFE
MOJUBA ORISA OFURUFU
MOJUBA ORISA INON
MOJUBA ORISA ONILE
MOJUBA ORISA OMI
MOJUBA ORISA EWE
MOJUBA BABALORISAS, YALORISAS, BABALAWÒS, APETEBIS, ABIANS

MOJUBA ARÁKÙNRIN MI
KI WA IPADE MESON ORUN
KI OLOORUN IBA MI SE!
ASE! ASE! ASE!

“MEUS RESPEITOS AO SENHOR DE MINHA CABEÇA
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DO CAMINHO
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DA FLORESTA
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DO RIO
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DA LAGOA
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DO MAR
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ OKO
MEUS RESPEITOS AOS ORIXÁS DO VENTO
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DO AR
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DO FOGO
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ SENHOR DA TERRA
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DA ÁGUA
MEUS RESPEITOS AO ORIXÁ DAS FOLHAS
MEUS RESPEITOS AOS BABALORISAS, YALORISAS, BABALAWÒS, APETEBIS, E ABIANS
MEUS RESPEITOS, MEUS IRMÃOS.
QUE NOS ENCONTREMOS NOS NOVE ESPAÇOS DO ALÉM
QUE DEUS ACEITE MINHA SAUDAÇÃO
ASSIM SEJA!”

O Orixá e a Pedra



Assim como os vegetais representam a energia na Umbanda ou no Candomblé, temos também os minerais. As pedras representam os Orixás, ao qual recebem o nome de Alcutás. ( otás).
Na obrigação de iniciação o filho-de-santo irá montar as representações de seus Orixás de frente, cabeça e passagem, juntamente com os outros demais Orixás do Panteão africano, que serão definidos através do jogo de búzios.

Nesta obrigação estamos passando a energia do Orixá para sua representação, tornando-se um forte elo de pura energia entre o plano material e o espiritual, pois a Terra é um ponto de passagem, chegada e partida para o Orixá, temos então nas vasilhas a representação disto tudo, o Alcutá energizado pelo axorô representando a energia espiritual do Orixá unida ao plano material Terra - através do minério Pedra -. Mais claramente temos então dentro do Quarto-de-Santo, um universo cósmico , o Alcutá que é a terra representando a energia mineral, tudo montado por um filho-de-santo que possui um compromisso de zelar pelas forças do Panteão Africano em nosso mundo.

As quatro velas!!!


AS QUATRO VELAS

Quatro velas estavam queimando calmamente. O ambiente estava tão silencioso que se podia ouvir o diálogo que travavam.

A primeira disse:

- Eu sou a PAZ! Apesar da minha luz, as pessoas não conseguem manter-me, acho que vou apagar. E diminuindo devagarzinho, apagou totalmente.

A segunda disse:

- Eu me chamo ! Infelizmente sou muito supérflua. As pessoas não querem saber de Deus. Não faz sentido continuar queimando. Ao terminar sua fala, um vento levemente bateu sobre ela, e esta se apagou.

Baixinho e triste, a terceira vela se manifestou:

- Eu sou o AMOR! Não tenho mais forças para queimar. As pessoas me deixam de lado, só conseguem se enxergar, esquecem-se até daqueles à sua volta que lhes amam. E sem esperar, apagou-se.

De repente entrou uma criança e viu as três velas apagadas.

- Que é isto? Vocês deviam queimar e ficar acesas até o fim.

Dizendo isso, começou a chorar.

Então a quarta vela falou:

- Não tenhas medo criança, enquanto eu queimar, podemos acender as outras velas. Eu sou a ESPERANÇA

A criança com os olhos brilhantes, pegou a vela que restava e acendeu todas as outras.

“QUE A VELA DA ESPERANÇA NUNCA SE APAGUE DENTRO DE NÓS”

Dia 17 de Outubro, Comemora-se EXU MARABÔ



Exu Marabô – É o Chefe de Falange em correspondência com a Linha de Oxossi.

Seu elemento é o fogo, sua forma geométrica o triângulo eqüilátero.

Marabô quando encarnado, possuiu diversas existências e foi um peregrino que passou por muitos locais do planeta. Teve sua queda, mas após anos de trabalhos conquistou sua ascensão e foi consagrado como Guardião das Matas. Sua trajetória pela Terra iniciou-se quando como Ser humano ,ainda dava seus primeiros passos. Ele e seu companheiro Lúcife-yê, acabaram por ceder a sentimentos baixos como paixões, ódio, rancor, raiva, vingança, sensualidade desenfreada e todos os tipos de vícios que cercam os seres encarnados, provocando revoltas e conflitos. Quando percebeu que seus atos eram a causa de seu sofrimento, passou a se redimir de seus erros e, tendo uma nova oportunidade, tornou-se uma fonte de renovação capaz de fazer o ser humano expandir seus próprios conhecimentos.

A Entidade Sr. Marabô : Fala pouco, é muito sério e gosta de bebidas e charutos finos. É um dos sete Exus coroados e dos seus setes primeiros comandos constam o Exu Sete Ventanias, Exu Capa Preta e Exu do Lodo. Alguma de suas histórias constam que uma de suas encarnações foi um general romano que viveu no tempo de Jesus Cristo. Costuma trabalhar com o Sr. Rei das Sete Encruzilhadas, Príncipe Negro, Tranca Ruas,entre outros. Possui uma vibração semelhante ao do Exu Mangueira, do qual também é companheiro.

História de uma das encarnações do Sr. Marabô – Era um homem apaixonado por sua esposa, e juntos tinham uma linda filha. Pelas dificuldades da vida na época, sua esposa veio a falecer ainda muito jovem, quando sua filha ainda era apenas uma adolescente, deixando-a aos cuidados do pai. A tristeza pela perda da esposa era muito grande, e ele passou a beber muito, tentando esquecer a saudade da esposa. Sua filha, preocupada com as condições de saúde do pai, passou a dirigir a casa, passando a cuidar de tudo, tornando-se adulta cedo demais. Mas sua dedicação e amor ao pai eram tantos, que isso acabou se tornando um desejo físico, e ela acabou se apaixonando por ele. Certa noite, aproveitando-se do estado de embriaguez do pai, entregou-se a ele, mas quando este percebeu que se tratava de sua própria filha, a evitou e saiu chorando em direção ao mar, no qual entrou para nunca mais voltar. Arrependida, sua filha decidiu juntar-se ao pai no leito do mar para a morte. O nome de sua filha era Quitéria, que também tornou-se mais tarde uma Pomba-Gira.

Essa é a história de origem de um dos Exus trabalhadores da Falange do Sr. Marabô. Entidade encarregada de fiscalizar o plano físico distribuindo ordens aos seus comandos nos mais diversos planos. Tem o poder de fazer e desfazer qualquer tipo de magia negra.

Correspondência na Linha de Oxossi

.Exu Marabô

Intermediário para Oxossi,

.Exú Pemba:

Inermediária para Ogum

.Exú da Campina:

Intermediário para Oxalá

. Exu Capa Preta:

Intermediário para Xangô

. Exu das Matas:

Intermediário para Yorimá (Pretos-Velhos)

. Exu Lonan:

Intermediário para Yori (Crianças)

. Exu Bauru:

Intermediário para Yemanjá

Como usar as palavras...


Certa vez, uma jovem foi ter com um sábio para confessar seus pecados.
Ele já conhecia muito bem uma das suas falhas. Não que ela fosse má, mas costumava falar dos amigos, dos conhecidos, deduzindo histórias sobre eles.
Essas histórias passavam de boca em boca e acabavam fazendo mal - sem nenhum proveito para ninguém.
O sábio disse:
- Minha filha você age mal falando dos outros; tenho que lhe dar um dever. Você deverá comprar uma galinha no mercado e depois caminhar para fora da cidade. Enquanto for andando, deverá arrancar as penas e ir espalhando-as. Não pare até ter depenado completamente a ave. Quando tiver feito isso, volte e me conte.
Ela pensou como os seus botões que era mesmo um dever muito singular!
Mas não objetou. Comprou a galinha, saiu da caminhando e arrancando as penas, como ele dissera. Depois voltou e contou ao sábio.
- Minha filha - disse o sábio - você completou a primeira parte do dever. Agora vem o resto.
- Sim senhor, o que é?
- Você deve voltar pelo mesmo caminho e catar todas as penas.
- Mas senhor é impossível! Há esta hora o vento já as espalhou por todas as direções. Posso até conseguir algumas, mas não todas!
- É verdade, minha filha. E não é isso mesmo que acontece com as palavras tolas que você deixa sair? Não é verdade que você inventa histórias que vão sendo espalhadas por aí, de boca em boca, até ficarem fora do seu alcance? Será que você conseguiria segui-las e cancelá-las se desejasse?
- Não, senhor.
- Então, minha filha, quando você sentir vontade de dizer coisas indelicadas sobre seus amigos, feche os lábios. Não espalhe essas penas, pequenas e maldosas, pelo seu caminho. Elas ferem, magoam, e te afastam do principal objetivo da vida que é ter amigos e ser feliz! Pense nisso... Usando apenas lindas palavras...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Paz profunda


Havia um Rei que ofereceu um grande prêmio ao artista que fosse capaz de captar em uma pintura a Paz Profunda.

Muitos artistas apresentaram suas telas.

O Rei observou e admirou todas as pinturas, mas houve apenas duas de que ele realmente gostou e teve de escolher entre ambas.

A primeira era um lago muito tranqüilo. Este lago era um espelho perfeito onde se refletiam plácidas montanhas que o rodeavam. Sobre elas encontrava-se um Paraíso muito azul com tênues nuvens brancas.

Todos os que olharam para esta pintura pensaram que ela refletia a Paz Profunda.

A segunda pintura também tinha montanhas. Mas estas eram escabrosas e estavam despidas de vegetação. Sobre elas havia um Paraíso tempestuoso do qual se precipitava um forte aguaceiro com relâmpagos e trovões. Montanha abaixo parecia retumbar uma espumosa torrente de água. Tudo isto se revelava nada pacífico.

Mas, quando o Rei observou mais atentamente, reparou que atrás da cascata havia um arbusto crescendo de uma fenda na rocha. Neste arbusto encontrava-se um ninho. Ali, em meio ao ruído da violenta turbulência da água, estava um passarinho placidamente sentado no seu ninho... Em Profunda Paz!

O Rei escolheu a segunda tela e explicou: — PAZ PROFUNDA não significa estar em um lugar sem ruídos, sem problemas, sem trabalho árduo para realizar ou livre das dores e das tentações da encarnação. PAZ PROFUNDA significa que, apesar de se estar em meio a tudo isso, permanecemos calmos e confiantes no SANTUÁRIO SAGRADO do NOSSO CORAÇÃO. Lá encontraremos a Verdadeira PAZ PROFUNDA. Em SILENCIOSA MEDITAÇÃO.

Pipoca ou Piruá?













A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser.


O milho de pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro.


O milho de pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer.


Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.


Assim acontece com gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira.


São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa. Só elas não percebem. Acham que é o seu jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo.


O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor.


Pode ser o fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder o emprego, ficar pobre.


Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão, sofrimentos cujas causas ignoramos.


Há sempre o recurso do remédio. Apagar o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação. Pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer.


Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz.


Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: Bum! E ela aparece como outra coisa completamente diferente, com que ela mesma nunca havia sonhado.


Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo é a dura casca que não estoura. O destino delas é triste. Ficará dura a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria a ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.

E você o que é? Uma pipoca urada ou um piruá?

Rubens Alves

A verdade e a parábola



Um dia, a Verdade decidiu visitar os homens, sem roupas e sem adornos, tão nua como seu próprio nome.

E todos que a viam lhe viravam as costas de vergonha ou de medo, e ninguém lhe dava as boas-vindas.

Assim, a Verdade percorria os confins da Terra, criticada, rejeitada e desprezada.

Uma tarde, muito desconsolada e triste, encontrou a Parábola, que passeava alegremente, trajando um belo vestido e muito elegante.

Verdade, por que você está tão abatida? — perguntou a Parábola.

Porque devo ser muito feia e antipática, já que os homens me evitam tanto! — respondeu a amargurada Parábola.

Que disparate! — Sorriu a Parábola. — Não é por isso que os homens evitam você. Tome. Vista algumas das minhas roupas e veja o que acontece.

Então, a Verdade pôs algumas das lindas vestes da Parábola, e, de repente, por toda parte onde passava era bem-vinda e festejada.

MORAL DA HISTÓRIA: Os seres humanos não gostam de encarar a Verdade uma e crua. Eles preferem-na disfarçada.

O Beija-flor









Alinhar ao centro


Um incêndio avança sobre a floresta destruindo tudo pelo

caminho. Os animais assustados correm para se protegerem na outra margem
do rio.
O "Rei" Leão procura por todos os seus amigos; lá estão os sapos, as cobras, os esquilos, as cabras, os coiotes, os macacos, enfim, todos animais. Com isso ele sorri satisfeito pensando, pelo menos aqui todos estão seguros. Perto dalí o pequenino beija-flor enche seu biquinho com água do rio, voa e do alto solta aquelas gotas sobre o imenso fogo.
Depois do quinto mergulho na água, o leão faz a pergunta esperada por todos:
- Oh! beija-flor, você acha que vai conseguir apagar este incêdio com estas gotinhas?
- Não, responde a pequenina ave, mas estou fazendo a minha parte.

Moral da história: Se todos colaborarem sem buscar recompensa, tudo ficará melhor com o passar do tempo e a ajuda de uns fará a vida de outros melhor ou pelo menos, menos pior.

(Autor desconhecido)

A Parábola da Rosa



Um certo homem plantou uma rosa e passou a regá-la constantemente e, antes que ela desabrochasse, ele a examinou.

Ele viu o botão que em breve desabrocharia, mas notou espinhos sobre o talo e pensou: como pode uma bela flor vir de uma planta rodeada de espinhos tão afiados?

Entristecido por este pensamento, ele se recusou a regar a rosa, e, antes que estivesse pronta para desabrochar, ela morreu.

Assim é com muitas pessoas. Dentro de cada alma há uma rosa: as qualidades dadas por Deus e plantadas em nós crescendo em meio aos espinhos de nossas faltas. Muitos de nós olhamos para nós mesmos e vemos apenas os espinhos, os defeitos.

Nós nunca percebemos o nosso potencial. Algumas pessoas não vêem a rosa dentro delas mesmos; alguém mais deve mostrar a elas.

Um dos maiores dons que uma pessoa pode possuir ou compartilhar é ser capaz de passar pelos espinhos e encontrar a rosa dentro de outras pessoas.

Esta é a característica do amor - olhar uma pessoa e conhecer suas verdadeiras faltas.

Aceitar aquela pessoa em sua vida, enquanto reconhece a beleza em sua alma e ajudá-la a percerber que ela pode superar suas aparentes imperfeições.

Se nós mostrarmos a essas pessoas a rosa, elas superarão seus próprios espinhos. Só assim elas poderão desabrochar muitas e muitas vezes.

(Autor desconhecido)

Osun iniciou o primeiro ser humano



Oxun recebeu de Obatalá, a ordem de iniciar o primeiro ser humano no culto aos Orixás. Conta um itan do Odu Oxefun, que certo dia:

Havendo selecionado entre muitos, aquele que viria a ser o primeiro iniciado, Oxun tratou de seguir as orientações fornecidas pelo grande Orixá-Funfun, contando para isto com o auxílio de Elegbara(Exú) e Osaiyn(Osain), além das orientações de Orunmilá.

Todos os preceitos foram seguidos à risca e era Orunmilá, através da consulta ao oráculo, quem traduzia as orientações emanadas de Obatalá.

Ao fim da cerimônia, verificou-se uma total mudança na personalidade do iniciado que, de pessoa comum, transformou-se num ser excepcional, dotado de profundo sentimento religioso e plena dedicação ao culto para o qual havia sido preparado.

Diante deste fato, Oxun, percebendo que jamais seria possível a obtenção de um ser humano de tantas qualidades, intercedeu junto ao Grande Orixá para que o sacerdote fosse preservado do toque de Iku (a morte).

Obatalá (lenda), em sua imensa sabedoria, não querendo interferir na lei natural que determina que todos os seres vivos devem um dia ser entregues aos cuidados de Iku (lenda de Iku), admitiu a possibilidade de eternizar, apenas simbolicamente, aquele a quem foi confiada a propagação de sua própria religião e desta forma, ordenou que sobre sua cabeça fosse colocado o oxú, transformando-o, imediatamente, numa ave a que deu o nome de Etú (galinha d'Angola)

OSUN



Mãe da água doce, Rainha das cachoeiras, deusa da candura e da meiguice, dona do ouro. Oxum é a Rainha de Ijexá. Orixá da prosperidade, da riqueza, ligada ao desenvolvimento da criança ainda no ventre da mãe.

Oxum exerce uma ampla influência no comportamento dos seres humanos, regendo principalmente o lado teimoso e manhoso, além daquele espírito maquiavélico que existe em todos nos.

Dizem que “ a vingança é um prato que deve ser servido frio” e a articulação da vingança e seus pormenores tem a influência desta força da Natureza. No bom sentido, Oxum é o “veneno” das palavras, é o comportamento piegas das pessoas, é a forma “metida”, esnobe, apresentada, principalmente pelo sexo feminino. Oxum é o cochicho, o segredinho, a fofoca. Geralmente está presente quando um grupo de mulheres se reúne. É o seu habitat, pois está encantada nas conversas, nos risinhos, nos comentários, nas intriguinhas.

Oxum rege o charme, o it, a pose. Tudo que está ligado à sensualidade, à sutileza, ao dengo, tem a regência de Oxum. Esta força é que desenvolve tais sentimentos e comportamentos nos indivíduos, sendo o sexo feminino o mais influenciado.

Oxum também é o flerte, o namoro, a paquera, o carinho. É o amor, puro, real, maduro, solidificado, sensível. Oxum não chega a ser a paixão. Esta é Iansã . Oxum é o amor, aquele verdadeiro. Ela propicia e alimenta este sentimento nos homens, fazendo-os ser mais calmos e românticos.

Realmente, Oxum é a Deusa do Amor. Sua força está presente no dia-a-dia, pois que não ama de verdade?

Regente do ouro, ela está presente e se encanta em joalherias e outros lugares onde se trabalha com ouro, seu metal predileto e de regência absoluta. É a protetora dos ourives. Oxum é o próprio outro, e está presente em todas as peças e jóias feitas com este metal.

Entretanto, a regência mais fascinante de Oxum é a fecundação, melhor, o processo de fecundação. Na multiplicação da célula mater – que vai gerar a criança, a nova vida no ventre – Exu entrega a regência para Oxum, que vai cuidar do embrião, do feto, até o nascimento. É Oxum que vai evitar o aborto, manter a criança viva e sadia na barriga da mãe. É Oxum que vai reger o crescimento desta nova vida que estará, neste período de gestação, numa bolsa de água – como ela, Oxum, rainha das águas. É sem duvida alguma, uma das regências mais fascinantes, pois é o inicio, a formação da vida. E Oxum “tomará conta” até o nascimento, quando, então, entregará para Yiá Ori (Iemanjá), que dará destino àquela criança.

Mitologia

Filha de Oxalá, Oxum sempre foi uma moça muito curiosa, bisbilhoteira, interessada em aprender de tudo. Como sempre fora mimosa e manhosa, além de muito mimada, conseguia tudo do pai, o deus da brancura. Sempre que Oxalá queria saber de algo, consultava Ifá. O Senhor da adivinhação, para que ele visse o destino a ser seguido. Ifá, por sua vez, sempre dizia à Oxalá:

- Pergunte a Exu, pois ele tem o poder de ver os búzios!

E este acontecimento se repetia a cada vez que Oxalá precisava saber de algo. Isto intrigou Oxum, que pediu ao pai para aprender a ver o destino. E Oxalá disse à filha:

- Oxum, tal poder pertence a Ifá, que proporcionou a Exu o conhecimento de ler e interpretar os búzios. Isto não pode lhe dar!

Curiosa Oxum procurou, então, uma saída. Sabia que o segredo dos búzios estava com Exu e procurou-o para lhe ensinasse.

- Ensina-me, Exu! Eu também quero saber como se vê o destino.

Ao que Exu respondeu:

Não, não! O segredo é meu, e me foi dado por Ifá. Isso eu não ensino!

Exu estava intransigente. Oxum sabia disso e sabia que não conseguiria não conseguiria nada com ele. Partiu, então, para a floresta, onde viviam as feiticeiras Yámi Oxorongá. Cuidadosa, foi se aproximando pouco a pouco do âmago da floresta. Afinal, sua curiosidade e a decisão de desbancar Exu eram mais fortes que o medo que sentia.

Em dado momento deparou-se com as Yámi, empoleiradas nas árvores. Entre risos e gritos alucinantes, perguntaram À jovem Oxum:

- O que você quer aqui mocinha?

- Gostaria de aprender a magia! Disse Oxum, em tom amedrontado.

- E por que quer aprender a magia?

- Quero enganar Exu e descobrir o segredo dos búzios!

As Yámi, há muito querendo “pegar Exu pelo pé”, resolveram investir na jovem Oxum, ensinando-lhe todo o tipo de magia, mas advertiram que, sempre que Oxum usasse o feitiço, teria que fazer-lhes uma oferenda. Oxum concordou e partiu.

Em seu reino, Oxalá já se preocupava com a demora da filha que, ao chegar, foi diretamente ao encontro de Exu. Ao encontrar-se com este, Oxum insistiu:

- Ensina-me a ver os búzios, Exu?

- Não e não! Foi sua resposta.

Oxum, então, com a mão cheia de um pó brilhante, mandou que Exu olhasse e adivinhasse o que tinha escondido entre os dedos. Exu chegou perto e fixou o olhar. Oxum, num movimento rápido, abriu a mão e soprou o pó no rosto de Exu, deixando-o temporariamente cego.

- Ai! Ai! Não enxergo nada, onde estão meus búzios? Gritava Exu.

Oxum, fingindo preocupação e interesse em ajudar, perguntou a Exu:

- Eu os procuro, quantos búzios, formam o jogo?

- Ai! Ai! São 16 búzios. Procure-os para mim, procure-os!

- Tem certeza de que são 16, Exu? E por que seriam 16?

- Ora, ora, porque 16 são os Odus e cada um deles fala 16 vezes, num total de 256.

- Ah! Sei. Olha, Exu, achei um, ele é grande!

- É Okanran! Ai! Ai! Não enxergo nada!

- Olha, achei outro, é menorzinho.

- É Eji-okô, me dê, me dê!

- Ih! Exu,. Achei um compridinho!

- E Etá-Ogundá, passa para cá....

E assim foi , até chegar ao ultimo Odu, Inteligente, oxum guardou o segredo do jogo e voltou ao seu reino. Atrás de si, deixou Exu com os olhos ardidos e desconfiados de que fora enganado.

- Hum! Acho que essa garota me passou para trás!

No reino de Oxalá, Oxum disse ao seu pai que procurara as Yámi, que com elas aprendera a arte da magia e que tomara de Exu o segredo do Jogo de Búzios. Ifá, o Senhor da adivinhação, admirado pela coragem e inteligência de Oxum, resolveu dar-lhe, então, o poder do jogo e advertiu que ela iria regê-lo juntamente com Exu.

Oxalá quis saber ao certo o porquê de tudo aquilo e pediu explicações à filha. Meiga, Oxum respondeu ao pai:

- Fiz tudo isso por amor ao Senhor, meu pai. Apenas por amor!

“Ora Yê Yê, amor.... Ora Yê Yê, Oxum...

Dados

Dia: Sábado;

Data: 8 de dezembro;

Metal: latão e ouro, o bronze e o cobre;

Cor: amarelo;

Partes do corpo: todo o rosto, o baixo ventre, o baço; às vezes o coração; patrona do ventre; a terceira visão e a circulação sanguínea (os rios);

Comida: omoolocum e banana fritas;

Arquétipos: calmos, carinhosos, desprendidos, vaidosos, volúveis, altruístas, sonhadores, muito elegantes apaixonados, por jóias, perfumes e vestimentas caras; símbolo do charme e beleza, sensuais, porém reservados, evitam chocar a opinião publicar à qual dão grande importância; sob sua aparência calma e sedutora, escondem uma vontade muito forte, um grande desejo de ascensão social.

Símbolo: abebê ( espelho )

Qualidades de Oxum

  • Kare - veste azul e dourado, cor do ouro. Usa um abebé e um ofá dourados.
  • Iyepòndàá ou Ipondá - é a mãe de Logunedé, orixá menino que compartilha dos seus axés. Ambos dançam ao som do ritmo ijexá, toque que recebe o nome de sua região de origem. Usa um abebé (espelho de metal) nas mãos, uma alfange (adaga), por ser guerreira, e um ofá (arco e flecha) dourado, por sua ligação com Oxóssi. É uma das mais jovens.
  • Yeyeòkè
  • Iya Ominíbú
  • Ajagura
  • Ijímú
  • Ipetú
  • Èwuji
  • Abòtò
  • Ibola
  • Oparà ou Apará - qualidade de Oxum, em que usa um abebé e um alfange (adaga) ou espada. Caminha com Oya Onira, com quem muitas vezes é confundida. Diferente das outras Oxuns por ter enredo com muitos Orixás, vem acompanhada de Oyá e Ogum.


Omiro wanran wanran wanran omi ro!

"A água corre fazendo o ruído dos braceletes de Oxum!"