terça-feira, 28 de setembro de 2010

" Obrigada pela linda Festa!" Mo Dupé! 26/09/2010





ONI BEIJADA IBEJIS
"Minhas crianças, meus Erês
ibejis, ê vunge mana mê!

Senhores dos cosmos que me dão a mão
Senhores dos risos e da alegria
da fartura, a água, dos potes
dos vasos, repletos de benção

Eu lhes agradeço por minha estrada
por minha vida e opurtunidades
A certeza da continuidade
e da prosperidade, a vida que escavo da terra
e recebo a pureza da sabedoria

Meus Erês e Ibejis
eu lhes saúdo e lhes agradeço
porque toda minha alegria
nasce de suas bençãos."
Coletânia de Tata Congofilo.





quarta-feira, 15 de setembro de 2010

LENDA DE IBEJIS



Xangô e Iansã tiveram filhos gêmeos, os Ibejis. As crianças eram lindas e cresciam fortes para alegria e orgulho de seus pais. Houve, porém, na cidade em que viviam, uma peste avassaladora que infectava e matava crianças em poucas horas.

Para desespero de Iansã, um dos gêmeos foi vitima da doença e morreu sem que ninguém pudesse fazer nada para salvá-lo.

Iansã, a partir desse dia, entrou em profunda depressão, a vida já não apresentava motivos para seguir adiante. Soprou o vento que sempre trazia, para longe e já não comandava as grandes tempestades que passaram a destruir de forma implacável todas as terras. Em um de seus desvarios, arrumou um boneco de madeira e vestindo-o de maneira esmerada, colocou-o num lugar de honra em sua casa. Era o canto sagrado que ninguém podia transpor apenas ela podia ali entrar acompanhada de sua mágoa e dor.

Todos os dias entregava um pequeno presente aos pés do boneco e chorava copiosamente enquanto conversava como se fosse seu pequeno filho. Olorum, ao ver tamanha tristeza, teve tanto dó da mãe sofredora, que uma lágrima pura e límpida caiu de seus olhos exatamente sobre a cabeça do boneco. A pequena gota mágica fez o menino reviver e Iansã teve seu filho de volta.

Ainda hoje os Ibejis com sua alegria infantil. correm pelos jardins do Orum, sempre observados com doçura pelo amoroso olhar materno da grande guerreira.

ERÊ OU ERÉ, DIFERENTES DE IBEJIS.




A palavra Erê vem do yorubá, iré, que significa “brincadeira, divertimento”. Daí a expressão siré que significa “fazer brincadeiras”. O Erê (não confundir com criança que em yorubá é omodé) o Erê é o intermediário entre o iniciado e o orixá.
No Candomblé, Erê é o intermediário entre a pessoa e o seu Orixá, é o aflorar da criança que cada um guarda dentro de si; reside no ponto exato entre a consciência da pessoa e a inconsciência do orixá. É por meio do Erê que o Orixá expressa a sua vontade, que o noviço aprende as coisas fundamentais do candomblé, como as danças e os ritos específicos do seu Orixá.
Durante o ritual de iniciação no Candomblé, o Erê é de suma importância, pois, é o Erê que muitas das vezes trará as várias mensagens do orixá do recém-iniciado, Como o Orixá não fala, é ele quem vem para dar os recados do pai. É normalmente muito irrequieto, barulhento, às vezes brigão, não gosta de tomar banho, e nas festas se não for contido pode literalmente botar fogo no oceano. Ainda no Candomblé, o Erê tem muitas outras funções, o Yaô, virado no Erê, pode fazer tudo o que o Orixá não pode, até mesmo as funções fisiológicas do médium, ele pode fazer. O Erê muitas vezes em casos de necessidade extrema ou perigo para o médium, pode manifestar-se e trazê-lo para a roça, pegando até mesmo uma condução se for o caso ,
Na Umbanda, é a figura do Erè, que, assim como o orixá, é um elemental da natureza, com uma conduta infantilizada. Erês, Dois-Dois, Crianças, são entidades de carácter infantil, que simbolizam pureza, inocência e singeleza e se entregam a brincadeiras e divertimentos. Pedem-lhes ajuda para os filhos, para fazer confidências e resolver problemas. Geralmente supõe-se que são espíritos que desencarnaram com pouca idade e trazem características da sua última encarnação, como trejeitos e fala de criança e o gosto por brinquedos , bolos, balas, refrigerantes, normalmente guaraná e frutas.
. Diz-se que optaram por continuar sua evolução espiritual através da prática de caridade, incorporando em médiuns nos terreiros São tidos como mensageiro dos Orixás, respeitados pelos caboclos e pretos - velhos. ...adoram bolos, balas, refrigerantes, normalmente guaraná e frutas.
Na Umbanda ,costumam ter nomes típicos de crianças brasileiras, como Rosinha, Mariazinha, Ritinha, Pedrinho, Paulinho e Cosminho...
No Candomblé, Os erês recebem nomes ligados ao orixá do iniciado, por exemplo: Pipocão, Pipoquinha, e Formigão, para os filhos de Obaluaiê; Pingo Verde e Folhinha Verde, para os de Oxóssi; Rosinha, para os de Oxum; Conchinha Dourada para um de Iemanjá...
O Erê é às vezes confundido com Ibeji, mas é muito freqüente, porém na verdade Ibeji é um orixá independente dos Erês. Dado o fato conhecido e recorrente de que muita gente transita entre o Candomblé e a Umbanda, é também natural que esta confusão se acentue, dados os conceitos e entendimentos diferentes que existem nas duas religiões e que muitas vezes as pessoas não conseguem diferenciar.
Na verdade, Erê é a inconsciência do novo omon-orixá, pois o Erê é o responsável por muita coisa e ritos passados durante o período de reclusão. O Erê conhece todas as preocupações do iyawo (filho), também, aí chamado de omon-tú ou “criança-nova”. O comportamento do iniciado em estado de “Erê” é mais influenciado por certos aspectos da sua personalidade, que pelo caráter rígido e convencional atribuído ao seu orixá.

Mesmo com tantas diferenças é possível notar-se a maior características de todos, que é mesmo a atitude infantil, o apego a brinquedos, bonecas, chupetas, carrinhos e bolas, como os quais fazem as festas nos terreiros, com as crianças comuns que lá vão a busca de tais brinquedos e guloseimas nos dias apropriados.
A festa de Cosme e Damião, santos católicos sincretizados com Ibeiji, à 27 de Setembro é muito concorrida em quase todos os terreiros do pais. Uma curiosidade: Cosme e Damião foram os primeiros santos a terem uma igreja erigida para seu culto no Brasil. Ela foi construída em Igarassu, Pernambuco e ainda existe. Não gostam de desmanchar demandas, nem de fazer desobsessões. Preferem as consultas, e em seu decorrer vão trabalhando com seu elemento de ação sobre o consulente, modificando e equilibrando sua vibração, regenerando os pontos de entrada de energia do corpo humano. Esses seres, mesmo sendo puros, não são tolos, pois identificam muito rapidamente nossos erros e falhas humanas. E não se calam quando em consulta, pois nos alertam sobre eles. Muitas entidades que atuam sob as vestes de um espírito infantil, são muito amigas e têm mais poder do que imaginamos. Mas como não são levadas muito a sério, o seu poder de ação fica oculto, são conselheiros e curadores, por isso foram associadas à Cosme e Damião, curadores que trabalhavam com a magia dos elementos.
MAGIA DA CRIANÇA O elemento e força da natureza correspondente a Ibeji são... todos, pois ele poderá, de acordo com a necessidade, utilizar qualquer dos elementos. Eles manipulam as energias elementais e são portadores naturais de poderes só encontrados nos próprios Orixás que os regem. Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e da honestidade, dessa forma, apesar da aparência frágil, são verdadeiros magos e conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa, atuam em qualquer tipo de trabalho, mas, são mais procurados para os casos de família e gravidez. A Falange das Crianças é uma das poucas falanges que consegue dominar a magia.
Tanto na Umbanda ou no Candomblé, diz-se que os pedidos feitos a uma criança incorporada ( Erê) normalmente são atendidos de maneira bastante rápida, mas a cobrança dos presentes prometidos também é e as "travessuras" que podem fazer a quem não cumpre a promessa podem ser terríveis.

sábado, 11 de setembro de 2010

MOMENTO SABEDORIA : LIMPE SEU PRATO...





Muitas pessoas costumam cuspir no prato em que comeram antes. E fazem isso com freqüência. O motivo disso é um só: a arrogância que cegou seus corações. Por isso, são ingratas.
Portanto, não se aborreça com a ingratidão alheia e nem com o que os outros fazem. Cada um carrega dentro de si mesmo o fel com que amarga a vida dos outros. E, às vezes, o veneno é inoculado em palavras malfadadas e inadequadas.
Não se preocupe se cuspiram no prato, ou não. Cada um é responsável pelo que projeta no mundo. Preste mais atenção em como você lida com isso.
Se alguém cuspiu, não se incomode. Apenas lave o prato e siga em frente... E continue oferecendo o prato limpo para outros.
E se cuspirem de novo, paciência. Lave o prato novamente...
Sua tarefa é deixar o prato limpo e pronto para servir.
Não lhe cabe a ação dos outros e nem qualquer tipo de julgamento da conduta alheia.
Preste mais atenção se você está mantendo o prato limpo e pronto para servir...
Só Tupã (Deus, Oxalá, Olorum, Zambi, Iavé, Adonai, Shekná, Alá, Braman...não importando o nome que lhe dão) é que conhece todos os pratos e o que cada filho coloca neles. Só Ele sabe o que cada coração comporta e o amor que se sente.
Então, ore e fale com Ele, de peito aberto, com reverência e paz.
Ouçam a sabedoria das montanhas, escute-as também.
Preste atenção no sussurro do vento e nas brumas que envolvem o meio-ambiente. Muitas vezes, os espíritos descem com elas e se comunicam mais de perto. Mas eles só falam ao coração, e sempre de forma simples e verdadeira.
Eles também conhecem todos os pratos, e sabem quem serve e quem cospe... E nada julgam, pois sabem que só Tupã é que sabe o rumo de cada um e o momento certo de cada coisa.
Mantenha o prato limpo, sem mágoas e ressentimentos, de espécie alguma. E sirva o seu melhor, pois essa é sua tarefa.
E deixe que Tupã determine o melhor para cada Ser.
E, se quem cuspiu no prato antes novamente aparecer, faça a sua parte: sirva novamente e agradeça a Tupã por você não mais carregar mediocridades dentro de si mesmo.
Prato limpo – Consciência tranqüila.
Ouça a sabedoria das montanhas – em seu coração.
Escute a mensagem do vento – que viaja por todos os lugares.
Preste atenção nas brumas – os espíritos viajam nelas.
E ore a Tupã – com humildade.
Pois Ele criou você, as montanhas, o vento, as brumas, os espíritos e todos os seres... E todos os pratos são d’Ele.
Ele é o Pai Primeiro. Ele é a Força Imanente. Ele é a sua Inspiração.
E é Ele que diz: “Mantenha o prato limpo e siga servindo... Para que o seu coração esteja limpo de mágoas e cheio de amor. E isso começa no seu prato limpo e pronto para servir...”

(Recebido espiritualmente por Wagner Borges – Caxias do Sul, 06 de agosto de 2010.)

O SILÊNCIO DOS LOBOS.




Pense em alguém que seja poderoso...
Essa pessoa briga e grita como uma galinha,
ou olha e silencia, como um lobo
Lobos não gritam.

Eles têm a aura de força e poder.
Observam em silêncio.
Somente os poderosos, sejam lobos,
homens ou mulheres, respondem a um ataque verbal com o silêncio.
Além disso, quem evita dizer tudo o que tem vontade,
raramente se arrepende por magoar alguém com palavras ásperas
e impensadas.
Exatamente por isso, o primeiro
e mais óbvio sinal de poder sobre si mesmo
é o silêncio em momentos críticos.
Se você está em silêncio, olhando para o problema,
mostra que está pensando, sem tempo para debates fúteis.
Se for uma discussão que já deixou o terreno da razão,
quem silencia mostra que já venceu,
mesmo quando o outro lado insiste em gritar a sua derrota.
Olhe.
Sorria.
Silencie.
Vá em frente.
Lembre-se de que há momentos de falar
e há momentos de silenciar.
Escolha qual desses momentos é o correto,
mesmo que tenha que se esforçar para isso.
Por alguma razão, provavelmente cultural,
somos treinados para a (falsa) idéia
de que somos obrigados a responder a todas as
perguntas e reagir a todos os ataques.
Não é verdade !
Você responde somente ao que quer responder e reage somente ao que quer reagir.
Você nem mesmo é obrigado a atender seu telefone pessoal.
Falar é uma escolha, não uma exigência
por mais que assim o pareça.
Você pode escolher o silêncio. Além disso,
você não terá que se arrepender por coisas ditas em momentos impensados,
como defendeu Xenocrates, mais de trezentos anos antes de Cristo, ao afirmar:

“ME ARREPENDO DE COISAS QUE DISSE,
MAS JAMAIS DO MEU SILÊNCIO".
Responda com o silêncio, quando for necessário.
Use sorrisos, não sorrisos sarcásticos,
mas reais.
Use o olhar, use um abraço ou use qualquer outra coisa
para não responder em alguns momentos.
Você verá que o silêncio pode ser a mais poderosa das respostas.
E, no momento certo, a mais compreensiva e real delas.
O silencio dos Lobos- Aldo Novak

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

SAÍDA IANSÃ GBALÉ

















Iansã - é a força dos ventos, dos furacões, das brisas que acalmam, das coisas que passam como o vento, dos amores efêmeros, sensuais, das tempestades, que assolam a existência, mas não duram para sempre.
Iansã ajudava Ogum na forja dos metais, soprando o fogo com o fole para aviva-lo mais e mais, e assim fabricarem mais ferramentas para trabalhar o mundo e armas para as guerras de que ambos tanto gostavam. Por seu temperamento livre e guerreiro, Iansã era uma companheira perfeita para Ogum. Diz o mito que Iansã não podia ter filhos, por isso adotou Logun-Edé, filho abandonado por Oxum, e o criou durante algum tempo.

Diz o mito, também, que o Orixá Iansã era tão linda que, para fugir ao assédio masculino vestia-se com uma pele de búfalo, e saía para a guerra. Que era amiga tão leal que foi ela a primeira a realizar uma cerimônia de encaminhamento da alma de um amigo caçador ao orum (céu). Iansã não parava jamais.

Um dia em que o Orixá Xangô foi visitar seu irmão Ogum e encomendar-lhe armas para a guerra, Iansã (também conhecida como Oyá) apaixonou-se por Xangô, e partiu para viver com ele, deixando Logun-Edé com Ogum, que terminaria de cria-lo. A partir de então, tornou-se uma das três esposas de Xangô e com ele reina e luta, enviando seus ventos para limpar o mundo e anunciando a chegada dos raios e trovões de seu amado.


Dia da semana: quarta-feira
Cores: vermelho, rosa, marron.
Símbolo: Eruxin (rabo de cavalo, signo de poder ioruba) e Obé (espada).
Número: 9
Comida: acarajé
Saudação: Eparrei, Oyá!